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São Paulo de Piratininga


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Mensagem por ocasião do 450º aniversário da cidade de São Paulo. ©


Queridos amigos, novamente tomo o lápis e o papel pela via mediúnica para uma conversa ao pé do lápis, tão ao gosto de minhas alegrias e expectativas.

Hoje aqui estamos para uma comunicação de cunho ligeiramente diverso daquele que nos acostumamos a ver em nossas tarefas aqui, no Luz.

Jesus, em Sua imensa bondade, nos auxiliará na transmissão que nos propomos, trazendo aos amigos da vida física algumas notícias do Plano espiritual em que nos situamos.

Referimo-nos ao transcurso, no dia de ontem, do aniversário dos 450 anos da estimada metrópole de São Paulo, que todos nós, os brasileiros, reverenciamos como sendo a locomotiva de nossa abençoada nação.

Alguns amigos poderão perguntar, com razão, por que trazer notícias da Espiritualidade acerca do aniversário de uma cidade do Plano físico, quando tantas outras cidades existem em nossa coletividade brasileira, tão dignas de nota e reverência quanto a capital dos paulistas.

Acontece, amigos, que a referida data de 25 de janeiro de 1554, traz para nós outros uma significação especial.

Propusemo-nos relatar-lhes a reunião da Espiritualidade que comemorou os 450 anos de São Paulo, não com o intuito dos louvores puramente materiais e humanos, mas sim com a finalidade de registrarmos a alegria de todos os servidores do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, com o transcurso do aniversário glorioso dos 450 anos, que inauguraram, na Pátria do Cruzeiro, o serviço maior de evangelização nas terras do Coração do Mundo.

Não ignoramos que antes mesmo do descobrimento do Brasil o coração augusto e misericordioso de Jesus já havia designado a Terra de Vera Cruz como a terra prometida para cujo coração transplantaria Ele, com a Bênção de Deus, a árvore de Seu Evangelho de Amor e Sabedoria, base para as primícias de Seu Reino de Luz, nas realizações do porvir redimido da humanidade terrestre.

Ismael recebeu do Senhor a sagrada incumbência de guiar espiritualmente os destinos do Brasil, e, desde os alvores do século XVI, o abnegado mensageiro de Jesus tem nas suas mãos generosas as rédeas de nosso destino.

Sob as inspirações de Ismael, em 1º de fevereiro de 1549 partia da Península Ibérica a primeira missão de evangelização do Brasil, sob a chefia do jesuíta Manuel da Nóbrega, que, guardando a auspiciosa data no coração, dedicou o sucesso de sua expedição à memória e lembrança do inesquecível mártir do cristianismo nascente, Inácio de Antioquia.

Outras missões evangélicas se seguiram à vinda de Nóbrega, e, em princípios de 1554, o austero servidor do Cristo deliberou enviar mais de uma dúzia de servidores do Evangelho subindo a Serra do Mar, a partir de São Vicente, para atingir, a custo de ingentes sacrifícios, os altiplanos de Piratininga, com o único intento de ali fundar o primeiro movimento organizado de evangelização sistemática em terras do Brasil.

A missão esteve a cargo do venerável jesuíta Manuel de Paiva, espírito acostumado às grandes demonstrações de virtude e caridade, a cuja passagem muitos têm se curvado de admiração e respeito ao longo dos séculos.

Dentre a caravana destes primeiros valorosos servidores do Evangelho, jovem canarino, de nome Irmão José de Anchieta, também destacara-se em sua lucidez espiritual que os séculos não puderam ensombrar, sendo ele mesmo a reencarnação do inesquecível cristão da ilha de Chipre, José Barnabé.

Ao atingirem os altiplanos verdejantes dos vales do Tietê e Anhangabaú, nossos irmãos se tomaram de grande fervor espiritual, sendo que o jovem Irmão José, em sublime transporte mediúnico, viu com os olhos do espírito a chegada do grande apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, seu companheiro na evangelização da gentilidade em outras eras, chegando para abençoar aqueles campos e terras quase despovoados.

Não sem razão os referidos religiosos erigiram a primeira igreja do Cristo naquelas paragens, realizando o primeiro serviço religioso no dia 25 de janeiro, dia que relembra a inesquecível conversão, às portas de Damasco, do apóstolo Paulo de Tarso.

Este foi o primeiro marco da Evangelização na Terra do Cruzeiro e esta a razão de reverenciarmos esta data com todo nosso respeito e carinho.

Todavia não viemos aqui com propósito de historiadora.

Aqui viemos relatar aos queridos amigos e companheiros do Ideal Espírita-Cristão o desenrolar da reunião espiritual que honrou a memória desta data, na última madrugada de domingo, 25 de janeiro de 2004.

450 anos após os primeiros passos do Evangelho de Jesus no Coração do Mundo, houve por bem a Espiritualidade Maior organizar emocionante cerimônia em torno do local que, no Plano físico, é lembrado como o pátio do Colégio de São Paulo de Piratininga.

Em nosso Plano de atuação, recebemos com alegria das mãos do querido benfeitor irmão Cícero Pereira o convite para participarmos da auspiciosa comemoração, e para o local aprazado seguimos juntos, em torno das três horas da manhã no horário terrestre.

Ao chegarmos ao mencionado pátio, surpreendemo-nos com a movimentação espiritual em curso. Via-se a portentosa metrópole paulista com sua iluminação característica do Plano físico na madrugada…

Entretanto, em nosso Plano, o pátio do Colégio se estendia quase que ao alcance de nossas vistas, ao infinito…

Pudemos registrar grandes caravanas de Espíritos diversos, encarnados e desencarnados, todos acomodados com eficiência e organização impecáveis.

Os grupos afins se dispunham juntos e pudemos notar as diversas nacionalidades de origem que hoje formam a mista etnia paulistana.

Portugueses, espanhóis, italianos, ingleses, israelitas, sírios, libaneses, franceses, alemães, poloneses, eslavos, japoneses, coreanos e tantos outros grupos menores ali estavam expectantes.

Também diversos grupos se juntaram pela sintonia dos ofícios e ali estavam artistas, musicistas, arquitetos, engenheiros, médicos, magistrados, juízes, políticos, advogados, servidores variados que laboram e laboraram na construção da Pauliceia.

Destes, pudemos registrar com destaque a presença de Lazar Segall e Tarsila do Amaral. Também os grupos religiosos eram distintos.

Ali se encontravam espíritas, católicos, protestantes, budistas, hinduístas, maometanos e judeus, em pacífica convivência.

Subitamente, passamos a ouvir música maviosa, de origem ignota. Qual se os anjos celestes tocassem harpas sutilíssimas, passamos todos ao recolhimento interior com reverencioso silêncio. Um coral composto de talvez um milhar de vozes infantis nos lembrou a figura excelsa de Jesus, e todos nos lançamos intimamente à oração, vertendo lágrimas de copiosa emoção. Notamos então que do palco especialmente armado para a nossa cerimônia passaram a se tornar visíveis, em processo de materialização que ainda desconheço, cerca de duas mil elevadas entidades espirituais em profunda concentração.

Parecia-nos que as referidas entidades forneciam material espiritual radiante com determinado fim, o qual explicou-me Professor Cícero Pereira.

Vimos então quando pequeno grupo de irmãos se aproximou proveniente da Espiritualidade. Eram cerca de uma centena de Espíritos e não tivemos dificuldade de reconhecer a personalidade de José de Anchieta assomando então à tribuna. n

O venerável ancião acenou com desvelado carinho para a multidão da assistência espiritual que remontava mais de 2 milhões de indivíduos.

Com sua humildade característica, desculpou-se por lá estar na direção da palavra quando reconhecia nada ter feito para a fundação da cidade.

Pediu licença a seguir, para destacar que o Colégio de São Paulo não teria sobrevivido se não fora o valoroso concurso de três caciques tupiniquins que lá estavam. Dirigiu-se para determinada parte da assembleia tomando pelas mãos duas entidades desencarnadas que vim a saber serem os caciques Caiobi e Tamandiba.

Na sequência dirigiu-se à figura de respeitável anciã, irmã ainda encarnada, na aparência de seus quase 90 anos, apresentando-a para todos como sendo a reencarnação do valoroso cacique Tibiriçá, que soube receber o Cristianismo no coração e pôde defender a vila nascente dos ataques de seus co-irmãos indígenas.

José de Anchieta passou a falar na figura de seu principal diretor no Colégio nascente, pedindo a palavra ao irmão Manuel de Paiva.

Oh! Amigos queridos, quanta emoção nos dominou a alma!…

Aquela alma cândida nos trouxe lágrimas de profundo reconhecimento e gratidão… Muitos de nós, espírita-cristãos, reconhecemos nele o abnegado apóstolo da caridade que recentemente deixou, em outra existência, o vaso físico. n

O curioso é observarmos que esta constatação não era de todos, mas certamente de todos aqueles que militaram nas lides espíritas e conviveram com ele.

O venerável amigo trazia luminosa criança pelas mãos abnegadas, que mais tarde soubemos ser o retorno à vida física do Padre Manuel da Nóbrega, que nós reverenciamos como sendo nosso inesquecível Benfeitor Espiritual Emmanuel.

Manuel de Paiva pediu licença para orar, rogando as bênçãos de Deus em favor da coletividade brasileira, dizendo reconhecer ser apenas um servidor desvalido da Obra de Jesus.

Ao calor de seu coração amoroso elevou a voz em súplica comovente ao coração magnânimo de Jesus, Nosso Senhor.

Nesta hora as duas mil entidades que estavam em profunda concentração se levantaram de mãos dadas.

O coral dos meninos voltou a cantar melodias cariciosas de espiritualidade e beleza, acompanhados pelos harpistas do infinito.

Chuvas de luzes passaram a cair sobre toda aquela assembleia encantada. Não havia quem não chorasse de emoção e reconhecimento à Bondade de Deus. Foi então, por volta das cinco horas da manhã, que uma feérica movimentação de matéria plástica luminosa desceu dos Planos da Imortalidade Gloriosa.

Ah, amigos queridos! Como Jesus é bom conosco! Em meio àquela bola de luz, sabíamos que alguma entidade superior se preparava para materializar-se e ela não se fez de rogada.

Admirados, todos nós da assembleia dos milhões que assistíamos àquela reunião comemorativa, identificamos, entre lágrimas e louvores, a presença viva do apóstolo do Senhor, Paulo de Tarso.

O glorioso Espírito acenou com indefinível carinho e bondade, tomando com vigoroso impulso a condução da palavra na tribuna.

Não podemos e não saberemos reproduzir a beleza e a elevação do que o apóstolo São Paulo nos deixou naquela ocasião inesquecível, mas sabemos apenas registrar que terminou a sua lúcida preleção lembrando suas próprias palavras inseridas no capítulo 13 de sua epístola aos coríntios:

“Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade (…) nada sou!”


Neném Aluotto.


(Vide interessante depoimento da autora espiritual quando ainda encarnada sobre Francisco C. Xavier.)



Mensagem psicografada pelo médium Geraldo Lemos Neto, na noite de 26/01/2004, em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade. Belo Horizonte. MG.


[1] Nota da autora espiritual: Dentre os presentes ao mencionado grupo, poder-se-ia nomear alguns como sendo Manuel da Nóbrega, Manuel de Paiva, Manuel de Chaves, Diogo Jácome, Afonso Braz, Fernão Luis, Pero Corrêa, Cipriano do Brasil, Vicente Rodrigues, Gregório Serrão, Leonardo Nunes, Mateus Nogueira, João de Sousa, Antônio Rodrigues, Fabiano de Lucena, Gonçalo de Oliveira, Simeão Gonçalves, Leonardo do Vale, Francisco Pires, João Gonçalves, João Navarro e Gaspar Lourenço, para citar apenas alguns, muitos dos quais, dentre esta centena de servidores do Evangelho, situam-se hoje ainda de volta ao vaso físico, pelas portas da reencarnação, trabalhando pela extensão do Cristianismo Redivivo que a Doutrina Espírita representa. [Consulte a Wikipedia a respeito dos personagens acima citados.]


[2] [Muito embora Adolfo Bezerra de Menezes tenha sido, merecidamente, cognominado Apóstolo da Caridade, acreditamos que “Aquela alma cândida (…) que recentemente deixou, em outra existência, o vaso físico” seja uma referência velada ao estimado médium F. C. Xavier que havia desencarnado em 30 de junho de 2002 e, se nossa suposição estiver correta, foi ele quem rezou a 1ª missa em São Paulo.]


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