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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Complementar

Módulo II — Fluidos e Perispírito

Roteiro 5


Aplicações do magnetismo humano


Objetivo Geral: Propiciar conhecimentos sobre os fluidos e o perispírito.

Objetivos Específicos: Identificar as principais formas de aplicação do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita. — Explicar como o magnetismo humano-espiritual é utilizado na Casa Espírita.



CONTEÚDO BÁSICO


  • A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:

    1.º Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;

    2.º Pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre o encarnado […]. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;

    3.º Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador […]. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo XIV, item 33.

  • As principais formas de utilização do magnetismo humano, na Casa Espírita, são: o passe, a prece e a água fluidificada (ou magnetizada).

    No passe […] cria-se a ligação sutil entre o necessitado e o socorrista e, por semelhante elo de forças, ainda imponderáveis no mundo, verte o auxílio da Esfera Superior, na medida dos créditos de um e outro. André Luiz: Mecanismos da Mediunidade, Capítulo 22.

  • As […] mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório. Allan Kardec: A Gênese, Capítulo XV, item 25.

  • A prece não é movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. André Luiz: Missionários da Luz, Capítulo 6.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Explicar, em linhas gerais, como se produz a ação magnética, segundo o Espiritismo (veja item 1 dos Subsídios deste roteiro).


Desenvolvimento:

  • Solicitar, em seguida, a formação de seis pequenos grupos (ou duplas), entregando a cada equipe organizada tiras de cartolina e um pincel hidrográfico.

  • Esclarecer-lhes que o trabalho em grupo consistirá na leitura de um trecho dos Subsídios- indicado em seguida-, e no registro, nas tiras de cartolina, de duas informações que efetivamente caracterizem a utilização do magnetismo humano na Casa Espírita.

  • Trechos dos Subsídios para o trabalho em grupo:

    Grupo 1. Item 2 (Utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita: o passe).

    Grupo 2. Subitem 2.1 (A ação do perispírito no passe).

    Grupo 3. Subitem 2.2 (Doação e recepção fluídica durante o passe).

    Grupo 4. Subitem 2.3 (O colaborador espírita do passe).

    Grupo 5. Item 3 (Utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita: a água fluidificada).

    Grupo 6. Item 4 (Utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita: a prece).

  • Concluída essa etapa, pedir aos grupos que indiquem um ou dois colegas para afixarem as tiras de cartolina no mural da sala. A seguir, proceder à apresentação dos trabalhos.

  • Ouvir os relatos, verificando se alguma informação importante deixou de ser registrada, fazendo as devidas correções.


Conclusão:

  • Com base nos resultados do trabalho em grupo, justificar a importância da utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita, e enfatizar a necessidade — para esse mister — de preparação cuidadosa dos seus trabalhadores.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório, se os participantes identificarem, no texto lido, informações que efetivamente caracterizem a utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita.


Técnica(s):

  • Exposição; leitura; trabalho em pequenos grupos.


Recurso(s):

  • Subsídios deste roteiro; tiras de cartolinas com frases; pincel hidrográfico; mural da sala de aula.



 

SUBSÍDIOS


1. Transmissão do magnetismo humano-espiritual

São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade. Entre os dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais. (5)

A ação magnética pode produzir se de muitas maneiras:

1.º Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;

2.º Pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;

3.º Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador. (6)


2. Utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita: o passe

O magnetismo misto é a forma usual de aplicação do passe na Casa Espírita. O passe é uma atividade espírita sistematicamente desenvolvida nas instituições espíritas por trabalhadores anônimos. É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional. No entanto, em épocas diversas e no seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse gênero assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não constitui privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência. (7) A transmissão do passe deve ser considerada como um simples instrumento de auxílio, jamais recurso substitutivo de orientações médicas e psicológicas, porque — como nos informa o Espiritismo — doença e cura se encontram no Espírito. A ação moral desequilibrada do indivíduo afeta o seu perispírito e, como o perispírito do encarnado está intimamente ligado ao seu corpo físico, o desajuste vibratório de um, afeta o outro, produzindo, em consequência, as doenças. O corpo doente reflete o panorama, interior do Espírito enfermo. A patogenia é um conjunto de inferioridades do aparelho psíquico. E é ainda na alma que reside a fonte primária de todos os recursos medicamentosos definitivos. A assistência farmacêutica do mundo não pode remover as causas transcendentes do caráter mórbido dos indivíduos. O remédio eficaz está na ação do próprio Espírito enfermiço. (14)

Não ignoramos, porém, que muitas pessoas procuram o Centro Espírita apenas em busca da cura ou alívio de seus males físicos, psicológicos e distúrbios espirituais. É dever, pois, dos trabalhadores da Instituição, prestar os necessários esclarecimentos.


2.1 A ação do perispírito no passe

Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados. O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes. Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades. Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais [com que se acha em contato molecular]. (4)


2.2 Doação e recepção fluídica durante o passe

No passe ou transmissão fluídica, não basta a existência de alguém com disposição para doar suas energias magnéticas. É necessário que ocorra uma interação entre o doador e o receptor. Estabelecido o clima de confiança, qual acontece entre o doente e o médico preferido, cria-se a ligação sutil entre o necessitado e o socorrista e, por semelhante elo de forças, ainda imponderáveis no mundo, verte o auxílio da Esfera Superior, na medida dos créditos de um e outro. Ao toque da energia emanante do passe, com a supervisão dos benfeitores desencarnados, o próprio enfermo, na pauta da confiança e do merecimento de que dá testemunho, emite ondas mentais características, assimilando os recursos vitais que recebe, retendo-os na própria constituição fisiopsicossomática, através das várias funções do sangue. O socorro, quase sempre hesitante a princípio, corporifica-se à medida que o doente lhe confere atenção, porque, centralizando as próprias radiações sobre as províncias celulares de que se serve, lhes regula os movimentos e lhes corrige a atividade, mantendo-lhes as manifestações dentro de normas desejáveis, e, estabelecida a recomposição, volve a harmonia orgânica possível, assegurando à mente o necessário governo do veículo em que se amolda. (12)

O processo de socorro pelo passe é tanto mais eficiente quanto mais intensa se faça a adesão daquele que lhe recolhe os benefícios, de vez que a vontade do paciente, erguida ao limite máximo de aceitação, determina sobre si mesmo mais elevados potenciais de cura. Nesse estado de ambientação, ao influxo dos passes recebidos, as oscilações mentais do enfermo se condensam, mecanicamente, na direção do trabalho restaurativo, passando a sugeri-lo às entidades celulares do veículo em que se expressam, e os milhões de corpúsculos do organismo fisiopsicossomático tendem a obedecer, instintivamente, às ordens recebidas, sintonizando-se com os propósitos do comando espiritual que os agrega. (13)


2.3 O colaborador espírita no passe

O trabalhador espírita que atua na transmissão do passe deve considerar a tarefa como uma oportunidade de servir ao próximo. Entende, primeiramente, que […] toda competência e especialização no mundo, nos setores de serviço, constituem o desenvolvimento da boa vontade. Bastam o sincero propósito de cooperação e a noção de responsabilidade para que sejamos iniciados, com êxito, em qualquer trabalho novo. (24) Jamais esquecendo que […] Deus opera maravilhas por intermédio do trabalho de boa vontade. (25)

Em segundo lugar, é sempre oportuno recordar as orientações do benfeitor Alexandre, citadas no livro Missionários da Luz, de autoria de André Luiz: Todos, com maior ou menor intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido […], porquanto, revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indiretamente, o neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor. São muito raros, porém, os companheiros que demonstram a vocação de servir espontaneamente. Muitos, não obstante bondosos e sinceros nas suas convicções, aguardam a mediunidade curadora, como se e/a fosse um acontecimento miraculoso em suas vidas e não um serviço do bem, que pede do candidato o esforço laborioso do começo. Claro que, referindo-nos aos irmãos encarnados, não podemos exigir a cooperação de ninguém […]; entretanto, se algum deles vem ao nosso encontro, solicitando admissão às tarefas de auxílio, logicamente receberá nossa melhor orientação, no campo da espiritualidade. (17) Dessa forma, o trabalhador do passe que se mantém constante na atividade e […] que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades radiantes, não só pelo próprio esforço, senão também pelo concurso de Mais Alto, de que se faz merecedor. (18)

Conseguida a qualidade básica, o candidato ao serviço precisa considerar a necessidade de sua elevação urgente, para que as suas obras se elevem no mesmo ritmo […]. Antes de tudo, é necessário equilibrar o campo das emoções. Não é possível fornecer forças construtivas a alguém, ainda mesmo na condição de instrumento útil, se fazemos sistemático desperdício das irradiações vitais. Um sistema nervoso esgotado, oprimido, é um canal que não responde pelas interrupções havidas. A mágoa excessiva, a paixão desvairada, a inquietude obsidente, constituem barreiras que impedem a passagem das energias auxiliadoras. Por outro lado, é preciso examinar também as necessidades fisiológicas, a par dos requisitos de ordem psíquica. A fiscalização dos elementos destinados aos armazéns celulares é indispensável, por parte do próprio interessado em atender as tarefas do bem. O excesso de alimentação produz odores fétidos, através dos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades radiantes, porquanto provoca dejeções anormais e desarmonias de vulto no aparelho gastrintestinal, interessando a intimidade das células. O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares. (19)

Recomendam, também, os instrutores espirituais que é importante que os colaboradores, ligados a esse tipo de atividade, adquiram maiores conhecimentos sobre a atividade. Decerto, o estudo da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, tanto quanto ao aluno de enfermagem, embora não seja médico, se recomenda a aquisição de conhecimentos do corpo em si. E do mesmo modo que esse aprendiz de rudimentos da Medicina precisa atentar para a assepsia do seu quadro de trabalho, o médium passista necessitará vigilância no seu campo de ação, porquanto de sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles que se proponha socorrer. Eis por que se lhe pede a sustentação de hábitos nobres e atividades limpas, com a simplicidade e a humildade por alicerces no serviço de socorro aos doentes […]. O investimento cultural ampliar-lhe-á os recursos psicológicos, facilitando-lhe a recepção das ordens e avisos dos instrutores que lhe propiciem amparo, e o asseio mental lhe consolidará a influência, purificando-a, além de dotar-lhe a presença com a indispensável autoridade moral, capaz de induzir o enfermo ao despertamento das próprias forças de reação. (11)


3. Utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita: a água fluidificada

A […] água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza (23), informa o Espírito André Luiz citando o benfeitor espiritual Lísias. Informa, ainda, que na Colônia Nosso Lar a água é empregada, sobretudo, como alimento e remédio, e que ali existem serviços consagrados exclusivamente à manipulação da água pura, pela captação de elementos oriundos do sol e do magnetismo espiritual. (23)

É comum, na Casa Espírita, a magnetização da água pelos benfeitores espirituais, que incorporam ao líquido simples recursos magnéticos de subido valor para o equilíbrio psicofísico do enfermo. (20) Aliás, inúmeras substâncias existentes na Natureza são passíveis de transformação; no entanto, a água é o veículo de escolha em razão da simplicidade da sua constituição molecular. Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que consiste em dar- se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água, por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até as qualidades ativas de outras substâncias. Desde que não há mais de um elemento primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos são apenas modificações desse elemento, o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o mesmo princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se compõe de uma parte de oxigênio e de duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção do oxigênio [transforma-se em água oxigenada que, não diluída, é potente corrosivo]. Transformação análoga se pode produzir por meio da ação magnética dirigida pela vontade. (9) É assim que as mais insignificantes substâncias […] podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório. (8)


4. Utilização do magnetismo humano-espiritual na Casa Espírita: a prece

A prece caracteriza-se como uma importante prática espírita, recomendada pelos próprios Espíritos Orientadores da Codificação Espírita. Sem dúvida. […] A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. […] A oração, com o reconhecimento de nossa desvalia, coloca-nos em posição de simples elos de uma cadeia de socorro, cuja orientação reside no Alto. (22) Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a venceras dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. (1) Neste sentido, a […] prece não é movimento mecânico dos lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação. Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contacto com as fontes superiores. (16)

Por exercer a prece uma como ação magnética, poder-se-ia supor que o seu efeito depende da força fluídica. Assim, entretanto, não é. Exercendo sobre os homens essa ação, os Espíritos, em sendo preciso, suprem a insuficiência daquele que ora, ou agindo diretamente em seu nome, ou dando-lhe momentaneamente uma força excepcional, quando o julgam digno dessa graça, ou que ela lhe pode ser proveitosa. O homem que não se considere suficientemente bom para exercer salutar influência, não deve por isso abster se de orara bem de outrem, com a ideia de que não é digno de ser escutado. (2)

Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita. Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum. A influência do lugar ou do tempo só se faz sentir nas circunstâncias que favoreçam o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Mas, que importa seja grande o número de pessoas reunidas para orar, se cada uma atua isoladamente e por conta própria?! Cem pessoas juntas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma mesma aspiração, orarão quais verdadeiros irmãos em Deus, e mais força terá a prece que lhe dirijam do que a das cem outras. (3)



Referências Bibliográficas:

1.  KARDEC, Allan. Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 125. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo XXVII, item 11, p. 374.

2. Idem - Item 14, p. 376.

3. Id. - Item 15, p. 377.

4. Idem - A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 47 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo XIV, item 18, p. 285-286.

5. Id. - Item 32, p. 295.

6. Id. - Item 33, p. 295-296.

7. Id. - Item 34, p. 296.

8. Id. - Capítulo XV, item 25, p. 325-326.

9. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005, questão 33- nota, p. 62.

10. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Reformador. Editorial. Rio de Janeiro: FEB, 1992.

11. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 22, (Mediunidade curativa), Item: Médium passista, p. 175-176.

12. Id. - Mecanismo do passe, p. 176-177.

13. Id. - Item: Vontade do paciente, p. 177-178.

14. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005, questão 96, p. 66.

15. Id. - Questão 99, p. 68.

16. Idem - Missionários da Luz. Pelo Espírito André Luiz. 40. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 6 (A oração), p. 83.

17. Id. - Capítulo 19 (Passes), p. 407.

18. Idem, ibidem - p. 408.

19. Idem, ibidem - p. 408-409.

20. Idem - Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 12 ( Clarividência e clariaudiência), p. 123.

21. Id. - Capítulo 17 (Serviço de passes), p. 191. [Obs. Não há indicador para esta referência neste roteiro]

22. Idem, ibidem - p. 192.

23. Idem - Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 55. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 10 (No bosque das águas), p. 70.

24. Idem - Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 44 (Assistência), p. 271.

25. Idem, ibidem - p. 272.


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