O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viveremos sempre — Familiares diversos


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Tereza Delfina Reverte

COMENTÁRIOS


Em viagem para Marília para tratamento médico, desfrutando da rica paisagem pela estrada que o radioso dia oferecia, estavam Dona Tereza Delfina Reverte e seu filho José Cláudio Garcia.

Na altura de Arapongas acontece o inevitável. José Cláudio em seu Chevette, colide com um pesado caminhão, chocando-se de frente.

Nos detalhes pode-se observar na lindíssima mensagem de Tereza Reverte que, apesar do pouco estudo, era muito inteligente, cuidava de todos os negócios da família. José Cláudio cursava a Escola Técnica.

Após o acontecido, Dona Dilma Lúcia Reverte Quinteiro, sua filha, relatora deste pequeno apontamento, passou a buscar consolo nos livros editados de mensagens psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier. Viajava mensalmente para Uberaba a fim obter uma mensagem de sua mãe pois achava ter a mesma chance de outras pessoas que lá obtiveram mensagens psicografadas de seus familiares e amigos.

Lamentavelmente, na maioria das vezes em que viajou, desencontrou-se do médium em Uberaba. Chico viajava muito por problemas de saúde.

Depois de 10 meses indo a Uberaba, conseguiu conversar com Chico Xavier e nesse primeiro contato recebeu a notícia de que a sua mãe estava amparada por um senhor de idade, estatura baixa, por nome de Diogo. Com esta notícia Dona Dilma começou a chorar e a tremer de emoção. Quando Chico lhe perguntou onde tinha sido o acidente, muito emocionada errou o nome da cidade dizendo ter sido em Londrina. Confusa ainda, retificou para Rolândia e em seguida ouviu da própria voz do Chico que sua mãe estava dizendo que o acidente havia sido ocorrido em Arapongas. Quase perdeu os sentidos. Foi convidada para que voltasse para a reunião evangélica da noite.

Assim foi feito.

Tereza Delfina Reverte comunica-se na reunião.

A mensagem foi para a família, remédio que curou a todos. Alegres ficaram por saber que a sua mãe e seu irmão estavam amparados. Vivos. Passou então a frequentar as reuniões espirituais.

Muito feliz ficou em poder participar com a mensagem de sua mãe em livro, porque para ela são de importância vital as mensagens publicadas. Entende o valor desses livros, principalmente nas cidades mais longínquas e interioranas.

Recomenda como aluna cristã, que hoje entende o que é a dor da perda de um ente querido, e aos que passam por essa provação, que tenham fé, paciência e resignação.

Aguardar, sempre aguardar com ternura nos corações, porque Deus não desampara a nenhum dos seus filhos.

Ela que não tinha nenhum conhecimento da Doutrina, agradece a Deus a oportunidade de ter conhecido Francisco Cândido Xavier, o amor em forma de pessoa.


MENSAGEM DE TEREZA DELFINA


1 Minha querida Dilma, Deus nos abençoe.

2 Sei que o seu carinho de filha urde naquela sede que também me senhoreia o pensamento, a sede de nosso intercâmbio.

3 Filha, agradeço o carinho que lhe trouxe a presença até aqui.

4 É verdade. As nossas notícias do nosso querido José Cláudio e minhas, são perfeitamente avaliáveis por vocês.

5 O choque das máquinas foi violento. Vínhamos pela estrada afora admirando o verde das margens, na estrada que o carro seguia com os melhores movimentos.

6 Seu irmão, sempre atencioso, me convidava a atenção para ver as flores e o céu, no entanto, a movimentação nos arredores de Engenheiro Beltrão passou a ser muito ativa.

7 Tudo foi um mínimo de tempo. Não sei se os freios ficaram desobedientes. O que percebi é que o nosso veículo não tinha mais tempo para se distanciar da máquina pesada que nos colheu. Foi um tremendo conflito provocando atenção. 8 De início me senti quebrada em todas as forças de meu corpo, mas você sabe que o instinto de mãe não hesita perante um filho necessitado. 9 Quis abeirar-me do filho ali perto, necessitado de minha assistência, mas onde os recursos para mobilizar as mãos paradas e a boca imóvel?

10 Apenas meus olhos ainda viviam. Busquei cerrá-los para entregar-me à oração e ainda encontrei energias para isso. Pedi a Deus nos socorresse, já que estávamos à frente do inevitável. 11 Uma sensação de tristeza misturada de esperança me comandava os sentimentos. Repeti em pensamento todas as preces de que a memória ainda conseguia mentalizar e dormi, refletindo na extensão do acidente em casa.

12 Diogo, você e seus irmãos estavam em minhas lembranças que mergulhavam na inconsciência à maneira de barcos se afundando em águas profundas e, adormeci, pedindo a Deus nos valesse e nos acudisse da melhor forma possível.

13 A projetada viagem para Marília se interrompera de vez, porque reconheci que seu irmão não conseguiria sobreviver. 14 A minha luta para a rendição aos Desígnios de Deus não foi pequena. Depois veio o esquecimento.

15 Mãos benditas transportaram a mim e a meu filho para um recanto de paz, em que o repouso cobria as minhas inquietações. Tive o conforto de receber o carinho da mãezinha Custódia e encontrei um amigo em meu sogro, que se me revelou à feição de um pai cuidadoso e amigo.

16 Você compreende, o nosso querido José Cláudio não conseguiria escapar a uma recaída nos distúrbios mentais que atravessara e foi internado em Instituto adequado ao tratamento de que necessitava.

17 Posso vê-lo e visitá-lo, no entanto, não posso apagar de vez as aflições maternas que ainda me invadem o coração.

18 Filha querida, compreenderá você que sua mãe não a esqueceu, entenderá que as suas preces são estrelas que brilham em meu caminho, mas, que mãe do mundo deixará sozinho o filho sofredor, transplantado compulsivamente para outra moradia de tratamento?

19 Você e seus irmãos me perdoarão se eu disser que tudo aconteceu da melhor maneira.

20 Se o nosso querido José Cláudio teria de vir para cá num acidente incontrolável, não foi melhor estivesse ele comigo?

21 Sinto saudade de vocês todos, amores de minha alma; entretanto, ao vê-lo assustado e novamente neurotizado, reconheço que o meu lugar é aqui onde a bondade de Deus me localizou para assisti-lo. 22 Graças a Deus, vejo você e o nosso prezado Quinteiro felizes e seus irmãos preparando o futuro, e penso que se sentirão confortados ao saber que a mãezinha Tereza está junto do filho que lhe nasceu do coração e do ventre, ao modo de uma flor doente que a Divina Providência me confiou para abençoar e tratar, enquanto isso for necessário.

23 Peço a você compreender que o segundo casamento de seu pai era uma necessidade que não podíamos desconsiderar. 24 O meu sogro me fez ver que o nosso Diogo não devia estar só, e auxiliou para que a nora viúva me tomasse o lugar em casa. Compreendi suas dificuldades e que isso era justo e indispensável. 25 Creio deva ser muito triste para qualquer esposa desencarnada, observar o esposo descontrolado e sem direção e, por isso, louvo ao nosso Pai Celestial por reconhecer a nossa Maria auxiliando a mim, doando a seu pai a assistência que não mais a ele posso dispensar.

26 Filha querida, você é a filha de meu coração, na forma de mulher que me consegue compreender, continue ofertando ao papai Diogo tudo de bom que você puder e faça esperança e otimismo em nossa casa.

27 Não se lastime, nem se sinta esquecida por Deus por haver perdido a minha presença no mundo físico. Isso é apenas impressão.

28 Quando as suas orações e lembranças se encontram com as minhas, ambas conversamos, como sempre, e trocamos as nossas ideias com fé em Deus. 29 Um dia, que desejo esteja muito distante, pois desejo a você uma existência tão longa quanto possível, encontrar-nos-emos de novo para a continuidade de nossa vivência em comum. 30 A saudade para mim é um caminho de volta ao passado que percorro, sentindo-a de novo em meu colo, a fim de falarmos das coisas de Deus. Bendita seja essa saudade que se nos faz ligação permanente.

31 Encoraja o papai nas tarefas da vida, não admita que ele se afogue em amarguras desnecessárias e agradeça a ele por mim, por não haver incomodado a ninguém, abstendo-se de processos contra o motorista, que não teve culpa de nossa máquina se haver derivado para incomodar-lhe o caminho direito.

32 Graças a Deus, o nosso Diogo ouviu as minhas petições, porquanto nas horas de sono, várias vezes, pedi a ele não nos fizesse incompreensivos e ingratos.

33 Dilma querida, aí estão as nossas notícias.

34 Perdoe-me se chorei ao escrevê-las, sou mãe e você não desconhece que as mães trazem sempre o coração derretido no calor do sofrimento, embora esse sofrimento seja emoldurado pela fé viva em Deus.

35 Abrace a todos os nossos por mim e receba muitos beijos da mamãe, sempre a sua mamãe


Tereza


ESCLARECIMENTOS


Tereza Delfina Reverte — Nascimento: 12 de outubro de 1932. Desencarnação: 28 de março de 1983. Idade 51 anos.

Esposo: Diogo Garcia Villar Reverte — Av. Castro Alves, 778. Barbosa Ferraz, Paraná.

Filhos — José Cláudio Garcia, desencarnado juntamente com a sua mãe no acidente. Dilma Lúcia Reverte Quinteiro.

Mãe — Custódia Delfina Teodoro, desencarnada em São Paulo em 03.03.1983.

Sogro — Diogo Garcia Villar, desencarnado em Maringá em 28.11.1972.

Genro — Antônio Quinteiro.

2ª esposa do ex-marido — Maria Aparecida Fernandes.


Rubens S. Germinhasi


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