O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Viveremos sempre — Familiares diversos


2


José Demathê Filho

COMENTÁRIOS


José Demathê Filho, moço de qualidades promissoras, comportamento exemplar, garantia no lar de dona Iraides e Sr. José Demathê a presença da  felicidade com o amor e o respeito que a vida espera dos filhos de Deus.

Estudante, preparava-se para Administração em Empresas, quando lamentável acidente ceifa os seus dias na Terra.

Ao dirigir-se à Praia da Barra Velha em Joinvile, Santa Catarina, a passeio em companhia de amigos, sempre precavido que fora na direção de veículos observou, à distância, alguma irregularidade em outro veículo na ultrapassagem a uma carreta.

Saiu para o acostamento tentando facilitar-lhe a manobra, pois vinha em sentido contrário ao seu. Não adiantou, no acostamento foi atingido pelo outro veículo que se perdeu nessa operação de ultrapassagem.

Do acidente resultou a sua desencarnação, de seu colega Mário Kaisemodel que estava em sua companhia e do motorista do outro veículo.

Para um coração de mãe que nunca ficou um instante sequer sem ouvir a voz de seu filho, de repente tudo silenciou.

Aquela família alegre, enlutou-se. Dona Iraides, desanimada, não mais cuidava do lar, não saia de casa e os familiares se desesperavam ao ver o seu estado.

Com o choque emocional, adoecera a ponto de se ver impossibilitada de andar.

Pela leitura de livros de entes queridos de outras famílias, que partiram, psicografados por Francisco Cândido Xavier, e convidada por um jovem espírita que integrava a Caravana do Amor da Sociedade Joinvilense que ia para Uberaba, foi em sua companhia.

Nada conseguiu de concreto para satisfazer seus anseios em ter uma mensagem de seu filho.

Insistiu. Voltou mais vezes à presença de Chico Xavier e, na quarta viagem, consegue pelas abençoadas mãos desse mensageiro a carta de seu filho querido.

Desejando mais notícias e por agradecimento, quando possível, visita o Grupo Espírita da Prece em suas contínuas reuniões.

Aliviada, nas linhas que seguem, o seu recado reconfortante às famílias que se identificam nessa dor:

“Chico Xavier, essa criatura de coração tão puro, com o seu olhar tão meigo e sua voz tão calma, que expande tanto amor nessa missão linda de divulgar e exemplificar a Doutrina Espírita e a confortar os corações aflitos como instrumento de Jesus, a essas famílias aflitas, que orem e confiem em Jesus, porque em Chico Xavier está a esperança de se encontrar a paz em nossos corações por essas mensagens abençoadas dos entes mais queridos.”


MENSAGEM DE JOSÉ


1 Querida mamãe Iraides, abençoe-me, o que lhe peço lembrando a presença do papai que continua sempre vivo e ativo em minhas saudades.

2 Mãezinha Iraides, estou em companhia da vovó Maria Nazária que desejou vir até aqui, em minha companhia para abraçá-la.

3 Sei que os seus pensamentos se conjugam nas mais variadas formas de indagação para reconstituir a cena última de minha passagem pela vida física.

4 Quando saímos de Joinvile, na direção de Barra Velha, mal sabíamos que estávamos ultimando o tempo de nossa alegria da vida em comum dentro de nossa casa feliz.

5 Quando o Mário e eu vimos a carreta pesada, no caminho que nos cabia transpor, retiramo-nos discretamente para longe da pista, não somente por nós, mas também por nossas companheirinhas.

6 Aconteceu o imprevisto. Um carro desgovernado, talvez buscando distância da carreta referida, se precipitou sobre nós, estabelecendo o salseiro em que o companheiro e eu encontramos a desencarnação.

7 Tentei, de minha parte, estender os braços na direção de nossas jovens companheiras, mas não mais possuía qualquer migalha de força. Compreendi que tudo para mim estava terminando, de vez que nem da voz dispunha para qualquer observação.

8 Pensei em Deus, voltei às orações dos dias de criança e, sem querer, dormi pesadamente.

9 Acordei, mais tarde, incapaz de precisar o tempo gasto naquela ausência de mim próprio e reconheci que uma senhora velava por mim num aposento diverso do nosso.

10 Voltar a mim mesmo foi um processo lento de recuperação de minhas faculdades que não sei descrever. Entretanto, aos poucos, pude reaver a minha capacidade de conversar.

11 Perguntei quanto quis, porque a benfeitora que me protegia, com a melhor paciência, me recomendava chamá-la por avó Maria Nazária e fiquei sabendo, em minúcias, de todos os lances do acidente em que me vi de corpo trocado, embora estivesse informado por minha avó de que aquele corpo não era novo e, sim, o meu corpo de sempre, que usufruíra no Plano Físico, um engenho de tecidos carnais para chumbar-me à escola das experiências terrestres por tempo determinado. 12 Indaguei do amigo Mário e fui esclarecido de que ele se reconstituía em outro ambiente e soube também que as nossas companheiras haviam ficado ilesas, o que me proporcionou grande satisfação, porque muito me doeria sabê-las em condições iguais às minhas.

13 Com o decurso de novos dias, pude voltar ao nosso ambiente e chorar consigo, fitando nossos retratos.

14 Mãezinha Iraides, a vida parece a mim que ainda sou tão pequeno em conhecimentos espirituais, um ir e vir sempre atuantes; em cujos movimentos assimilamos muitos conhecimentos quase que sem perceber.

15 Acompanho a nossa Gérlia Maria e a nossa Leile Maria, as queridas irmãs, desejando-lhes muita felicidade.

16 E quero ou melhor, preciso solicitar-lhe comunicar à tia Izaildes que a nossa Nerci vai indo muito bem e que já consegue colaborar com a querida tia na solução dos problemas domésticos. Vejo todos os parentes e o meu pai José acoplados nas obrigações que abraçam e rendo graças a Deus por vê-los todos com as melhores disposições para agir e realizar.

17 Mãezinha Iraides, peço-lhe não se incomodar com os jovens embriagados que involuntariamente se plantaram sobre nós, arrasando-nos o carro e subtraindo-nos a vida.

18 Pobres meninos! Estavam todos tisnados por alguma bebida forte porque na hora difícil não encontrei lucidez em nenhum.

19 Digo isso, mas entendendo que isso poderia também acontecer a seu filho, porque seria um prodígio irrealizável encontrar criaturas perfeitas na Terra.

20 Eles também estavam escapando ao perigo que suspeitamos para nós próprios e sei que um deles foi surpreendido pela morte, numa brincadeira de mau gosto na qual se desempenhavam.

21 Mãezinha, agradeço as suas preces e as preces da tia Izaildes em nosso benefício, pois esse amparo se reveste de grande significado em nosso auxílio.

22 Agradeço muito o seu carinhoso interesse em procurando as minhas notícias. Deus a recompense por toda a sua abnegação.

23 Abraços a meu pai e às queridas irmãs com a nossa Ana Paula e, com o respeitoso afeto de sempre, beija-lhe a fronte querida o seu filho agradecido de sempre.


José


ESCLARECIMENTOS


José Demathê Filho — Nascimento: 19 de outubro de 1961. Desencarnação: 11 de dezembro de 1982. Idade: 21 anos.

Pais — José Demathê e Iraides Camilo Demathê. — Rua Wenceslau Braz, 32. Bairro Floresta, Joinvile. Santa Catarina.

Irmãs — Gérlia Maria Demathê Teixeira e Leile Maria Demathê Schmitt.

Avó — Maria Nazária, materna, desencarnada, 27.5.1950.

Mário — Mário Kaisemodel: amigo desencarnado no mesmo acidente.

Ana Paula — Amiga da família.


Rubens S. Germinhasi


Abrir