O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vozes do Grande Além — Autores diversos


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Obedeçamos

Na noite de 5 de abril de 1956, um desajuste na instalação elétrica obrigou-nos a efetuar nossa reunião à luz de velas.

Todas as tarefas foram executadas normalmente, contudo, no horário das instruções, lamentamos a ausência da força para o serviço da gravadora de vozes.

Controlando o médium, nosso amigo espiritual André Luiz havia transmitido valiosa síntese evangélica, sem que lhe pudéssemos registar a palavra.

Encerradas as nossas atividades, lastimávamos a perda de que fôramos vítimas, contudo, qual aconteceu de outras vezesn o médium vê companheiros desencarnados trazendo-nos um aparelho gravador do Plano Espiritual. Toma, então, do lápis e, escutando a mensagem por eles mesmos arquivada, escreve sem pestanejar o comunicado que ouvimos, expressão por expressão, palavra por palavra.

Eis aqui a síntese a que nos referimos.


1 Meus amigos:

Companheiros existem que não se cansam de alegar incapacidade para o serviço do bem.

2 No entanto, o serviço do bem pertence, na Terra, a Nosso Senhor Jesus-Cristo e compete a nós outros a obrigação de nos afeiçoarmos a Ele, para sermos intérpretes de seu Infinito Amor.

3 Recorramos à Natureza para que nos ilustre a asserção.

4 O fio de cobre, largado na via pública, não passa de bagatela, mas ligado ao poder da usina é transmissor de luz e força.

5 O cano de chumbo, abandonado à poeira, é tropeço na estrada, contudo, em se ajustando ao reservatório, é mensageiro da água pura.

6 A argila, dormindo no charco, é simples trato de lama, todavia, entregue aos cuidados do oleiro, converte-se em vaso nobre.

7 A pedra, solta no campo, é calhau pobre e esquecido, mas, se unida à construção, é alicerce do lar.

8 A lagarta na amoreira é triste animal, de aspecto repelente, mas, trazida à indústria do fio, produz a seda brilhante.

9 A tripa de carneiro, estendida ao sol, é realmente algo desprezível, contudo, transformada na corda do violino, é abrigo doce da música.

10 Entretanto, o fio de cobre para iluminar padece a tensão da energia elétrica, o cano de chumbo necessita disciplinar-se para servir, a argila experimenta o insulto do fogo para erguer-se em utilidade, a pedra sofre a própria ocultação para erigir-se em sustentáculo, a lagarta deve morrer para auxiliar e a tripa de carneiro passa por longo processo renovador, a fim de responder com segurança aos sonhos do musicista.

11 Em verdade, todos somos corações frágeis, almas culpadas, consciências denegridas e Espíritos transgressores, diante da Lei, mas, ligados ao Espírito de Nosso Divino Mestre, podemos ser instrumentos do Eterno Bem.

12 Não basta, porém, salientar as nossas fraquezas, cultivando a preguiça e a falsa modéstia.

13 É imprescindível abraçar a verdadeira humildade, com obediência e disciplina, ante os desígnios do Senhor, porque, aprendendo e servindo, amando e ajudando, lutando e sofrendo em sua Causa Sublime, será possível cumprir-lhe a Divina Vontade e retratar-lhe a Divina Luz.


André Luiz



[1] [Vide: Instruções Psicofônicas.]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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