O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Volta Bocage… — Manuel M. B. du Bocage


Soneto X

4-12-1946

1 Pobre vate de vão merecimento,
Que viveste a esbanjar talento e rimas,
Foge ao sonho mendaz que desestimas,
Nem procures Harpias do Tormento.


2 Chora, Bocage, a perda que lamento
— O desprezo do tempo em vários climas,
Dura lembrança que também lastimas,
Na paz buscando imoto esquecimento.


3 O que é da Terra, clama, tudo passa:
Tanto a flor veludosa da Ventura,
Quanto o acerado acúleo da Desgraça.


4 De Citereia foge a formosura;
E enquanto o escrínio vil é dado à traça,
Os empíreos vergéis a alma procura!


Mel. Mª de Barbosa du Bocage


O poeta lastima o esbanjamento de seu talento e de suas horas. Tudo isto, clama-nos, lhe foi sem proveito, pois tudo é fugidio neste planeta, onde ilusórias são a aura da Ventura e o furacão da Desgraça. Nem a uma, nem a outra devemos dar importância maior; cumpre-nos fruir a efêmera felicidade, como suportar os não menos fugazes reveses, com o olhar posto em Esferas mais elevadas, para onde o Espírito voa, deixando à destruição o invólucro provisório. Construamos, pois, com vistas à Eternidade; nem a obra do Senhor de todos os seres se firmaria em tão perecível fundamento, quais as ilusões da Terra.


L. C. Porto Carreiro Neto


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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