O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Roteiro — Emmanuel


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O Grande Educandário n

1 De portas abertas à glória do ensino, a Terra, nas linhas da atividade carnal, é, realmente, uma universidade sublime, funcionando, em vários cursos e disciplinas, com dois bilhões de alunos, aproximadamente, matriculados nas várias raças e nações.

2 Mais de vinte bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências subumanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução.

3 Para a maioria dessas criaturas, necessitadas de experiência nova e mais ampla, a reencarnação não é somente um impositivo natural mas também um prêmio pelo ensejo de aprendizagem.

4 Assim é que, sob a iluminada supervisão das Inteligências Divinas, cada povo, no passado ou no presente, constitui uma seção preparatória da Humanidade, à frente do porvir.

5 Ontem, aprendíamos a ciência no Egito, a espiritualidade na Índia, o comércio na Fenícia, a revelação em Jerusalém, o direito em Roma e a filosofia na Grécia. Hoje, adquirimos a educação na Inglaterra, a arte na Itália, a paciência na China, a técnica industrial na Alemanha, o respeito à liberdade na Suíça e a renovação espiritual nas Américas:

6 Cada nação possui tarefa específica no aprimoramento do mundo. E ainda mesmo quando os blocos raciais, em desvario, se desmandam na guerra, movimentam-se à procura de valores novos no próprio engrandecimento.

7 Nos Círculos do Planeta, vemos as mais primitivas comunidades dirigindo-se para as grandes aquisições culturais.

8 Se é verdade que a civilização refinada de hoje voa, pelo mundo, contornando-o em algumas horas, caracterizando-se pelos mais altos primores da inteligência, possuímos milhões de irmãos pela forma, infinitamente distantes do mundo moral. Quase nada diferindo dos irracionais, não conseguiram ainda fixar a mínima noção de responsabilidade.

9 Os anões docos da Abissínia, sem qualquer vestuário e pronunciando gritos estranhos à guisa de linguagem, mais se assemelham aos macacos.

10 Os nossos irmãos negros de Kytches passam os dias estirados no chão, à espera de ratos com que possam mitigar a própria fome.

11 Entre grande parte dos africanos orientais, não existe ligação moral entre pais e filhos.

12 Os latucas, no interior da África, não conhecem qualquer sentimento de compaixão ou dever.

13 Remanescentes dos primitivos habitantes das Filipinas erram nas montanhas, à maneira de animais indomesticáveis.

14 E, não longe de nós, os botocudos, entregues à caça e à pesca, são exemplares terríveis de bruteza e ferocidade.

15 No imenso educandário, há tarefas múltiplas e urgentes para todos os que aprendem que a vida é movimento, progresso, ascensão.

16 Na fé religiosa como na administração dos patrimônios públicos, na arte tanto quanto na indústria, nas obras de instrução como nas ciências agrícolas, a individualidade encontra vastíssimo campo de ação, com dilatados recursos de evidenciar-se.

17 O trabalho é a escada divina de acesso aos lauréis imarcescíveis do Espírito.

18 Ninguém precisa pedir transferência para Júpiter ou Saturno, a fim de colaborar na criação de novos céus. A Terra, nossa casa e nossa oficina, em plena paisagem cósmica, espera por nós, a fim de que a convertamos em glorioso paraíso.


Emmanuel



[1] [O Livro dos Espíritos, 172-188]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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