O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Quem são — Familiares diversos


6


Com a fé voltada para Deus

1 Querido papai e minha querida mamãe. n Peço a bênção com a fé voltada para Deus, a cuja infinita bondade rogo nos proteja sempre.

2 Querido papai Olico, n vejo a sua estranheza nos assuntos novos à minha volta para noticiar, quando não cogitávamos dessas situações, e aqui estou, papai, a pedir-lhe calma e confiança.

3 Sei que mamãe sofre muito e que o senhor não mais conseguiu a luz da alegria no semblante, desde a nossa separação.

4 No entanto, se lhes posso pedir mais do que me deram no mundo, rogo para que me auxiliem, amparando-me com as preces da conformação e da paciência.

5 Paizinho, os planos eram muitos, sonhávamos muitas realizações lá no nosso escritório, entretanto, as Leis de Deus retiraram-me do corpo, mais cedo do que eu própria pensava.

6 Não suponham tenha sofrido muitas dores com aquelas horas finais de silêncio no cérebro. n

7 O problema seria muito penoso se eu ficasse aí no mundo, e devemos render graças a Deus porque tudo se processou em harmonia, com a proteção de Jesus.

8 A princípio, não conseguia falar, mas ouvia as vozes do hospital, sem que as identificasse e registrava o toque dos instrumentos de observação e de exame. n

9 Depois, foi o sono cuja duração ainda não concebo; 10 acordei em outra casa de tratamento e a vó Josefina n com a tia Clarice n estavam ao meu lado.

11 Podem calcular o meu assombro, no entanto, era preciso enfrentar os fatos e saber por mim mesma de que modo reagir para suprimir-lhes a dor.

12 Tentei muito. Não é fácil ouvir as perguntas lacrimosas de casa e ficar firme como quem ouve soluços e dolorosas indagações ao telefone, sem a possibilidade de responder com a segurança de que precisava.

13 Agora, quatro meses passados, noto-me mais forte e espero assim estejam.

14 Rogo aos nossos queridos irmãos Clarice e Santarosa n não deixarem a nossa chácara Pai Benedito. n Nossas lembranças ali são nossas preces a Deus pela paz de todos nós.

15 Clarice, você que sempre foi para mim compreensiva e tão boa, ajude-me a acalmar nossos pais. Diga ao Devanir que já consigo prestar a ele alguma cooperação, embora não me sinta capaz de compreender os mecanismos da inspiração. n

16 Ajude ao papai na resignação verdadeira de que necessito. Imagine, que ele chegou a pensar em sair do mundo para me procurar, tamanha é a nossa ligação desde a minha infância. Sabe Deus quanto orei e quanto pedi à vó Josefina para que isso não sucedesse.

17 Estou bem, porque não procuro mais pensar em mim própria; quero aprender a interessar-me pelo bem dos outros, de modo a retirar a carga de minhas inquietações inúteis, as inquietações inúteis que ainda pesam-me nos ombros.

18 Não podemos alterar a verdade, e precisamos acomodar-nos com os fatos reais da vida.

19 A morte é uma ocorrência fatal para todos, e consolo-me reconhecendo que nada fiz para provocá-la.

20 Vim para cá, atendendo ao chamado de forças superiores, e obedecer trabalhando e servindo, é melhor que obedecer com o fogo da revolta no coração.

21 Mãezinha, cumpra a sua promessa. n Joias da fé em louvor à Nossa Senhora, para sua filha representam preciosa lembrança. Não importa o valor da oferta e sim a intenção de quem a entrega com amor.

22 Quanto às roupas de menina e moça que eu ia colecionando devagarinho, façam como as irmãs desejam. n Convertam o que puderem nos recursos possíveis de socorro aos necessitados.

23 Mamãe, há tanta dor e tanta necessidade esperando alívio e providência. Ajude-me doando aquilo que pensei me pertencesse, quando, em verdade, tudo o que temos, na essência, é propriedade de Deus.

24 Estou feliz pela oportunidade de falar, embora as lágrimas estejam comigo, mas se pudessem enxergá-las, reconheceriam que todas elas são orações pela paz e pela felicidade dos meus pais e dos meus irmãos queridos.

25 Maria Eliza, n estude e fique forte na fé. Desejo vê-la crescer em plena realização de nossas esperanças. Quando posso, estou na Major Rubens Vaz para abraçá-los, em Ribeirão. n

26 Agora, faço ponto. Estimaria derramar o meu próprio coração nestas páginas para dizer quanto os amo.

27 O avô Roxa n está presente e deixa-lhes saudações, e eu, reunindo toda a família em meus pais queridos, entrego-lhes com um beijo de carinho e de gratidão, todo o amor e todo o agradecimento da irmã e filha reconhecida,

Josefina n


“MÃEZINHA, CUMPRA A SUA PROMESSA”


De uma entrevista com a Sra. Maria Aparecida Nascimento, em sua residência, em Batatais, Estado de São Paulo (Rua Tomás Alberto Wetaly, 567 — fone: 761-2698), da qual participaram a Sra. Vera Lúcia Tristão Medeiros e Maria Elisa, na tarde de 18 de fevereiro de 1980, graças à gentileza dos Drs. Allan Kardec Lourenço e Augusto César Jardim, eis o que conseguimos colher sobre a mensagem a que denominamos “Com a Fé Voltada para Deus”, recebida pelo médium Xavier, no Grupo Espírita da Prece, na noite de 10 de dezembro de 1976:


Josefina de Fátima Tristão nasceu em Batatais, a 10 de abril de 1951, aí desencarnando com 21 anos e 5 meses de idade, a 17 de agosto de 1976, em consequência de rompimento de aneurisma cerebral, tendo permanecido três dias em estado de coma profundo.

Havia, no ano anterior, concluído o Curso Técnico de Contabilidade, com muita esperança de continuar trabalhando no escritório do genitor.


1 — Querida mamãe: D. Maria Aparecida Nascimento.

2 — Papai Olico: Sr. Olico Tristão.

3 — “Não suponham tenha sofrido muitas dores com aquelas horas finais de silêncio no cérebro.” — Detalhe dos mais importantes, uma vez que o médium desconhecia, por completo, a ocorrência.

4 — “A princípio, não conseguia falar, mas ouvia as vozes do hospital, sem que as identificasse e registrava o toque dos instrumentos de observação e de exame.” — Com efeito, Josefina esteve internada no Hospital Major Antônio Cândido, de Batatais.

5 — Vó Josefina: Trata-se da avó paterna D. Josefina Justino, desencarnada em 1956, na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.

6 — Tia Clarice: D. Clarice Galdino Zeferino, desencarnada em São Paulo, Capital, em 1948. Tia paterna.

7 — Irmãos Clarice e Santarosa: Trata-se da irmã Clarice Tristão e do cunhado Reinaldo Santarosa. — Particularíssima, a nosso ver, a expressão “Irmãos Clarice e Santarosa”, constituindo-se em ponto alto de autenticidade mediúnica.

8 — Chácara Pai Benedito: Sita no Município de Batatais. Quando entrevistamos a família de Josefina, fazia exatamente quinze dias que o Sr. Santarosa e D. Clarice haviam se mudado de lá para a cidade.

9 — “Diga ao Devanir que já consigo prestar a ele alguma cooperação, embora não me sinta capaz de compreender os mecanismos da inspiração.” — Devanir, irmão caçula, solteiro, ficou no lugar de Josefina, trabalhando na Contabilidade, no escritório do pai.

10 — “Mãezinha, cumpra a sua promessa.” — Não foi sem razão que escolhemos esta pequena mas incisiva frase para título do presente capítulo. Informou-nos D. Maria que, na verdade, durante aqueles três dias de angústia superlativa, ao lado da filha, no hospital, sem que participasse a qualquer pessoa de sua família, fez a seguinte promessa: tão logo Josefina se recuperasse, iria ela — D. Maria — ao santuário de Aparecida do Norte, e levaria todas as suas joias e o anel de formatura da filha. Em atenção à ordem imperativa da filha — “Mãezinha, cumpra a promessa” — ordem que só poderia ter partido dela — Josefina — e de mais ninguém, D. Maria cumpriu integralmente a promessa.

11 — “Quanto às roupas de menina e moça que eu ia colecionando devagarinho, façam como as irmãs desejam.” — Conquanto falasse, vez por outra, que nunca iria se casar, já possuía várias peças de enxoval que, aos poucos, ia guardando.

12 — Maria Eliza: O Espírito se refere à sua sobrinha Maria Eliza Tristão, com 14 anos de idade por ocasião de nossa entrevista, da qual participou, filha do irmão primogênito, Sr. Benedito Tristão, e de D. Hercília Correia Tristão.

13 — “Quando posso, estou na Major Rubens Vaz para abraçá-los, em Ribeirão.” — Ninguém a não ser o Espírito de Josefina poderia saber, em Uberaba, na noite da transmissão mediúnica da mensagem, que seu irmão Benedito reside na Rua Major Vaz, nº 928, em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.

14 — Avô Roxa: Sr. Benedito Amaral Roxa (com “x” mesmo), desencarnado há 57 anos, em Penápolis, Estado de São Paulo. Avô materno.


Diante de tantas evidências de imortalidade, só nos resta o agradecimento a Deus, nosso Pai:

Obrigado, Senhor!


Elias Barbosa


Texto extraído da 7ª edição desse livro.

Abrir