O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Parnaso de Além-Túmulo — Autores diversos


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Antônio Torres

Nasceu em Diamantina (Minas Gerais) em 1885, falecendo, em 1934, na cidade de Hamburgo, como cônsul adjunto do Brasil. Ordenou-se sacerdote, abandonando mais tarde a profissão eclesiástica. Poeta e escritor.


Esquife do sonho

1 Tive um Sonho de Amor e de Inocência,
Cheio de luz das coisas invulgares,
Do qual perdi a luminosa essência
Na cristalização dos meus pesares.


2 Tarde reconheci minha falência,
Terminados os múltiplos azares,
De minha quase inútil existência,
No silêncio das cinzas tumulares.


3 E da Morte, no abismo indefinido,
Tombei exausto, amargurado e cego,
— Abismo tenebroso que eu transponho.


4 Infeliz do meu ser irredimido,
Pois triste e atordoado inda carrego
O negro esquife do meu próprio sonho.




Nada…

1 Nada!… Filosofia rude e amara,
Na qual acreditei, com pena embora
De abandonar a Crença que esposara,
— A minha aspiração de cada hora.


2 Crença é o perfume dalma que se enflora
Com a luz divina, resplendente e rara
Da Fé, única Luz da única Aurora,
Que as trevas mais compactas aclara.


3 Revendo os dias tristes do Passado,
Vi que troquei a Fé pela Ironia,
Nos desvios e excessos da Razão;


4 Antes, porém, não fosse tão ousado,
Pois nem sempre a Razão profunda e fria
Alivia ou consola o Coração.


Antônio Torres


Texto extraído da 6ª edição desse livro. — Revista e ampliada pelos autores espirituais.

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