O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Porto de alegria — Familiares diversos


Observações de um jovem no Além

ANEXO AO CAPÍTULO 14

Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça

1 — AIDS

1 Aqui continuamos em nosso aprendizado com a prática de trabalho centralizada nas tarefas da mamãe Edda, porque vamos descobrindo, gradativamente, os valores da homeopatia no tratamento da saúde humana. 2 O dia, porém, é uma luz que se abre para todas as direções e, com metade do dia disponível, pedi aos Mentores Espirituais me concedessem oportunidade para me dedicar aos irmãos em luta consigo mesmos, na resistência às doenças variadas que os assediam. 3 Tenho estudado como e quanto posso o assunto que nos serviu de tema central no diálogo, de há poucos minutos, e confesso-lhes que a gravidade do assunto, referente à enfermidade na Terra, é suficientemente grande e precisará contar com o nosso esforço máximo.

4 Além do desequilíbrio que se observa em quase todos os setores da comunidade humana, temos o problema dos hábitos que vão se arraigando no mundo. Embora não disponha da autoridade de instrutor, posso dizer-lhes que não estará longe o dia em que nossos esforços serão convocados no trabalho pela extinção do flagelo. 5 Referimo-nos à síndrome que o povo se habituou a nomear como sendo AIDS e que tem levado muita gente ao término prematuro da existência. Não seria o caso de perguntarmos: por que lhe temermos a agressão? por que não entrarmos prestativos na luta que deve ser mantida ativamente? 6 Não sei se esse agente negativo foi produto do desequilíbrio dos pensamentos. De qualquer modo, creio seja nossa obrigação estudá-lo e combatê-lo como lutamos em outros tempos com a varíola e a tuberculose.

7 Dói observar tanta gente inserida nesses contágios de proporções que me parecem desnecessárias. Embora reconhecendo a carência de nossos recursos para debelá-los, filiei-me com o vovô João Antônio n a uma escola de combate ao vírus psicogênico, e estamos na esperança de que muito em breve haverá recursos para a preparação da vacina adequada. 8 Trata-se, realmente, de um flagelo da provação coletiva que pesa nos ombros dos povos em geral e aqui, na Vida Maior, todos nos movimentamos, os Espíritos de boa vontade, a fim de concentrar esforços na extinção do mal. Não podemos compará-lo à varíola, porque essa moléstia oferecia acesso mais fácil à descoberta de meios para ser debelada.

9 Atendamos às campanhas de saneamento da vida mental, mas igualmente às que se relacionam com a abstenção de certas manifestações do sexo, inadequadas e extravagantes.

10 O vovô Frankenfeld n e eu frequentamos um colégio especialmente dedicado à defesa de nossos semelhantes, pois seria inadmissível que Jesus viesse retirar esses corpúsculos da morte prematura, quando temos tantas armas da inteligência por manejar.

(22-6-1989)


2 — AMOR FILIAL

1 Quero reunir papai e mãezinha Edda n em meu abraço marcado de alegria e lágrimas. Alegria pela oportunidade de servir e lágrimas iluminadas de saudades.

2 Com o imenso amor com que me reconheço um trabalhador feliz, deixa-lhes o coração, que fala muito mais que os vocábulos inventados pelo homem, com ilimitado carinho, o filho e companheiro de todos os instantes, sempre caminhando nos passos em que os queridos pais seguem para a frente, o filho que os tem no íntimo por relíquias sagradas de minha passagem pela Terra, sempre afetuosamente,

(30-11-1989)


3 — CARÊNCIA AFETIVA

Vejo que o trabalho no Bem tem balsamizado as nossas feridas de carência afetiva, em nos referindo ao lar terrestre.

(24-3-1988)


4 — CARIDADE

1 Pai, como afirmávamos tantas vezes, de um para com o outro, é na construção do bem aos outros que nos agasalhamos para seguir na direção do êxito espiritual pelos compromissos executados.

(16-6-1983)

2 As lágrimas que enxugamos nos olhos dos irmãos necessitados de socorro e de amor enxugam as nossas, de vez que notamos de quantas vantagens dispomos em confronto com as provas amargas de muita gente. Além de semelhante curso de lições, tenho no “Regeneração” n uma escola bendita para a aplicação do que vou entesourando. 3 Agradeço a Deus por toda a felicidade que me confere, porque todos nós, as criaturas da Terra, seremos chamados, agora ou no futuro, à compreensão de Jesus, que a experiência nos ensina a encontrar em cada irmão e em cada irmã do caminho que vamos atravessando gradativamente.

4 Não sei como transmitir-lhes o que sinto, mas sei que não precisam, tanto quanto eu, do aprendizado em que me encontro, de vez que aí mesmo no mundo ouvi de meus queridos pais as expressões mais belas de elevação, com uma diferença: antigamente eu ouvia, presentemente ouço e sinto o que os Mentores daqui me ensinam com bondade e amor. 5 Estou no mesmo encantamento que aprendi a cultivar em nossa família; entretanto, estou na condição de uma pessoa que, de um momento para outro, experimentasse o desdobramento do coração para que o devotamento do Cristo n nos penetre mais profundamente na alma.

(24-3-1988)

6 A vida é dar e receber, e agora tenho compreendido isso. Doar o nosso tempo e as nossas possibilidades para o socorro aos outros é fazer-nos dignos de maior suprimento de forças para distribuir.

(15-9-1989)


5 — CRESCIMENTO DE CRIANÇAS NO ALÉM

Quero dizer aos pais queridos que o tempo me deu a forma do companheiro adulto, que está deixando os derradeiros vestígios da imaturidade, para raciocinar e viver a tarefa em que me encontro. Do ponto de vista da apresentação, creio que, na fita métrica, sou um rapaz com um tanto mais de altura do que o papai. Refiro-me à altura da forma humana, porque da altura em que meu pai se encontra, estou ainda muito longe.

(30-11-1989)


6 — CULTO DO EVANGELHO NO LAR

1 Agradeço tudo que recebo de casa, especialmente nos cultos do Evangelho no Lar.

(01-9-1988)


2 Creiam que é uma indescritível alegria, a possibilidade de algo se fazer em benefício de doentes que se acham em trânsito para certos pavilhões de refazimento, depois de desencarnados. 3 Devo comunicar o meu trabalho em si, porque os queridos pais podem nos auxiliar nos cultos do Evangelho no Lar, com orações pelos desencarnados, orações essas que se associam às nossas, no rumo dos objetivos a alcançar. 4 Julgo necessário explicar, porém, que, muitos enfermos, colocados sob a nossa assistência, não possuem qualquer conhecimento acerca da morte do corpo, o que lhes dificulta a passagem pelo nosso pouso de trabalho, já que precisamos deixá-los devidamente esclarecidos.

(30-11-1989)


7 — DESENCARNAÇÃO PROGRAMADA

1 Mãezinha, é com prazer que lhe transmito a certeza de que o seu filho voltou no tempo justo. Doer-me-ia demasiado ficar a fim de lhes impor preocupações maiores do que aquelas que lhe proporcionava por mim mesmo, e sei que atravessaria tempos demasiadamente difíceis para minha sensibilidade.

(28-10-1982)


2 Creio, sinceramente, que não vim para atender aos nossos planos de maneira imediata, mas sim estabelecermos as bases para a continuação de nossas tarefas em Plano Superior. A mãezinha Edda, tendo escolhido a medicina, seguiu fielmente o esquema traçado e, de minha parte, onde me encontro, desenvolvo os conhecimentos suscetíveis de nos trazerem a felicidade entressonhada.

(07-11-1986)


8 — DISCIPLINA

O tempo segue voando e precisamos de muita disciplina nos compromissos assumidos para não estacionarmos na retaguarda dos minutos.

(24-3-1988)


9 — DOR

1 O meu desenvolvimento não é algo de espetacular; no entanto, tenho aprendido lições que me ampliaram os pensamentos a dentro de mim próprio. 2 A dor em nossos companheiros de caminhada, a pouco e pouco se transforma na educadora de que necessitamos para penetrar no sentido das instruções de Jesus. 3 E compreendemos, por fim, que se não nos é possível fazer o “muito” que desejaríamos, conseguimos realizar o “pouco” revestido de luz que os nossos Benfeitores Espirituais consideram com o mesmo carinho e entusiasmo, qual se houvéssemos solucionado grandes problemas humanos. 4 Sim, não se nos faz possível resolver as grandes questões que envolvem as criaturas na Terra, mas encontramos a chave adequada à abertura de nossos corações para o grande entendimento.

(24-3-1988)


10 — DOENTES NO ALÉM

1 No Mundo Espiritual, especialmente na região que me serve de moradia, as necessidades não são menores e os doentes se excedem, em longa percentagem, sobre o número dos doentes que conhecemos.

2 Se os doentes soubessem que continuarão doentes aqui, após a desencarnação, creio que muita gente se livraria de males que se vão cronificando, até que se transfiram para cá, onde mentores severos pedem a atenção para a reforma íntima.

(15-9-1989)


(Ver CULTO DO EVANGELHO NO LAR)


11 — ESPERANTO

Quero dizer à mãezinha Edda que o estudo do Esperanto vem ganhando novos simpatizantes, com grande alegria para nós todos. Nesses estudos, incluímos a homeopatia mais especializada e os efeitos são excelentes.

(13-4-1989)


12 — ESTUDO DO EVANGELHO

1 Quanto se me faz possível, consagro-me a estudos outros, relacionados com o Evangelho de Jesus, que me tornem mais acessível aos ensinamentos dos Mentores daqui que, em nos induzindo ao esforço máximo, só nos desejam a prosperidade imperecível do bem, através da qual nos será possível mais amplo investimento de forças na caridade que, por si, representa a Carteira das Bênçãos no Banco da Providência Divina.

(16-6-1983)


2 Papai Aurílio, n tenho estudado consigo, quanto possível, as sagradas letras e estou lucrando muito, assimilando lições que nos ampliam os conhecimentos sobre Jesus. Agora tenho tido algumas folgas e espero que meditações criativas somem aos nossos estudos.

(13-4-1989)


13 — HOMEOPATIA

1 Apoio a mãezinha Edda na sua reformulação de conhecimentos mais amplos para a assimilação da homeopatia.

(28-10-1982)


2 A mãezinha prossegue encorajada no setor da homeopatia, com a qual verifica o tesouro de possibilidades socorristas em nossas mãos e, com o seu trabalho que é igualmente meu, sinto-me renovado.

(16-6-1983)


3 Mãezinha Edda, meus parabéns pela homeopatia em marcha. Prossigo ao seu lado, compartilhando-lhe os estudos e noto que os valores homeopáticos se nos farão cada vez mais valiosos. O tempo se incumbirá de evidenciar a verdade que afirmo. 4 Não temos uma relação adequada do montante das curas e das melhoras que vamos observando, mas nossos amigos Murtinho n e Dias da Cruz n nos dizem que essas melhoras e curas obtidas por nosso intermédio excedem, graças a Deus, a nossa expectativa do princípio. Estamos muito felizes e Jesus nos abençoou diante de muitos casos em que o nosso esforço se verificou para bem servir.

(01-12-1983)


5 Querida mãezinha, venho acompanhando as suas tarefas nos estudos e sinto-me orgulhoso de sua dedicação nos nossos ideais. Tudo o que pudermos aprender para facilitar a homeopatia, é para benefício dos sofredores. Ainda assim, peço-lhe coragem e paz no prosseguimento dos deveres que o tempo de agora nos impõe: trabalhar muito e sempre para que os nossos credores, os doentes, encontrem o caminho das melhores realizações.

(?-1987)


6 Estudo a homeopatia com a disposição de aperfeiçoar-me nos conhecimentos que ela nos oferece.

(24-3-1988)


7 Em companhia da mãezinha Edda, prossigo em minha jornada, que posso classificar por jornada homeopática, estudando a ação e reação de elementos determinados. 8 Ninguém obtém conhecimentos por osmose e sou, naturalmente, chamado a estudar com a diligência habitual, junto dos Mentores do assunto, a fim de me fazer útil.

9 Desejo comunicar à mãezinha Edda que venho efetuando estudos especiais sobre o psiquismo das crianças que assistiram agressões violentas em pessoas queridas, inclusive o homicídio, e estimarei que a mamãe estude esses casos separadamente para a medicação especial que requisitam. 10 As crianças que acompanharam de perto crimes e delitos outros se tomam de um estado depressivo ou excitante que é necessário socorrer e normalizar. Não deveriam, em minha opinião, receber tratamento nos padrões habituais, de vez que necessitam de medidas de ingerência mais profunda, na esfera da sensibilidade, afim de se acomodarem com a vida comum, e isso é problema que nos interessará a todos, no futuro.

11 Observo que os valores homeopáticos variam com o estado mental dos doentes e todas essas particularidades exigem especial atenção. Para mim tem sido uma grande alegria analisar os casos diferentes que nos são apresentados, e peço a Jesus me conceda a felicidade de continuar estudando e agindo para aprender a servir com mais segurança.

(01-9-1988)


12 Mãezinha Edda, a homeopatia, graças a Deus, vem conquistando área para o seu crescimento maior.

13 Desejo comunicar-lhes que vovô João Antônio Frankenfeld n (creio que para me estimular) se faz aluno comigo no curso novo que a mãezinha vem fazendo, e estou admirado com a lucidez de que ele fornece amplo testemunho. É comovente, para mim, vê-lo sobraçando livros e extraindo conclusões. 14 Um amigo de nome Napoleão Laureano completa para nós o trio de muito esforço, e com isso admito que a homeopatia vai conquistando simpatias e cultores devotados. (…) na parte da tarde, com o vovô João e o Dr. Napoleão estudamos nossas tarefas, geralmente com as fichas dos enfermos ao nosso lado, devidamente copiadas, a fim de anotarmos com pormenores os medicamentos e a evolução dos doentes. Isso tem sido uma boa prática. 15 A homeopatia funciona sem atritos e sem choques; e isso nos proporciona a alegria de ver muitos enfermos melhorando pacificamente, sem os remanescentes dos medicamentos que protegem certo órgão, mas prejudicando outros.

16 Preciso de aquisições na homeopatia em suas atuais renovações. Por felicidade minha tenho grande inclinação para o tratamento homeopático e, antecipadamente, já sei que vou obter muitos conhecimentos novos.

(13-4-1989)


17 Queremos dizer à mãezinha Edda que temos acompanhado todas as suas atividades na Medicina Homeopática, especialmente as que desenvolvemos na sede do “Regeneração”, a casa de paz e amor que nos deu e nos dá tanto carinho e acolhimento. Tenho em nosso Lar dos Lauff, a minha residência predileta, muitos registros de observação sobre casos diversos hauridos de nossos contatos com os doentes do “Regeneração”. Desejo coordená-los e ampliá-los quanto possível.

(22-6-1989)


18 Estou bem mais robustecido à medida que coopero nas tarefas da homeopatia com a mãezinha Edda, a benefício dos doentes. Permaneço na construção de pontes vivas de cooperação e trabalho, entre a homeopatia e os enfermos.

19 Querido papai Aurílio, sem qualquer impulso de propaganda, ficarei satisfeito se a mãezinha Edda lhe traçar um esquema de tratamento, porquanto considero que o excesso de atividades e trabalho tem diminuído um tanto as suas energias. 20 Trabalhe, porque isso é o melhor que se pode fazer na Terra, mas alimente-se com recursos que lhe restaurem as forças, para que o vejamos sempre alegre e satisfeito com a sua nobre missão. Pai, não se impressione se estou falando em abatimento, o senhor está bem; no entanto, com algumas doses de homeopatia sua saúde estará muito melhor.

(15-9-1989)


21 Meu trabalho na homeopatia continua sendo ativo e, para mim, fascinante. Diariamente, ou quase diariamente, quando possível, vou ao encontro da mãezinha Edda, tomar informes sobre os que pedem auxílio na casa da “Regeneração”.

22 Essas primeiras notas do dia seguem comigo para a sede de nossas atividades, que se acham sob a orientação e revisão de assessores do Dr. Dias da Cruz, que se encarregam de visitar a moradia e ver as condições do enfermo que precisa ser medicado. 23 Os membros da família são examinados e o ambiente doméstico é rigorosamente observado pelo colega que foi então designado para anotar os elementos de que o doente faz “inalação”.

24 Se há Entidades em processo obsessivo no lar visitado, esses Espíritos necessitados de luz espiritual são vistoriados e com esses ingredientes informativos, faz-se a ficha do irmão ou da irmã enferma, a fim de que qualquer irregularidade seja sanada. 25 Se há obsessores no caso, a instituição do Dr. Dias da Cruz já possui turmas de Entidades mais ou menos semelhantes a eles, para afastá-los da casa que está sendo socorrida.

26 O tratamento do enfermo começa com a limpeza do ambiente em que o irmão doente se encontra e, só depois da residência libertada, os agentes medicamentosos da homeopatia passam a funcionar. 27 Se a moradia está excessivamente carregada de pensamentos infelizes, o tratamento é mais difícil e mais longo, entretanto, se o recinto doméstico se mostra limpo e isento de quaisquer influências nocivas, o tratamento encontra facilidade para se revelar.

28 Os queridos pais refletirão comigo na tristeza de se encontrar uma criança, ou mais propriamente um menor, obsediado, prejudicando o doente que se pretende auxiliar e, muitas vezes, tenho tido o honroso encargo de tornar a criança desvinculada daqueles irmãos desencarnados que a perturbam.

29 Muito raramente, vejo o Dr. Dias da Cruz, cuja simples presença nos impõe respeito à sua pessoa, mas preciso referir-me a esse tópico porque, nos casos extremamente complicados, a autoridade dele nos impele, sem qualquer violência, a escolher o melhor. Tudo devemos à sua bondade espontânea. 30 Outros médicos, da homeopatia ou não, por vezes simpatizam com os nossos serviços e aderem ao trabalho que estamos desenvolvendo e, vale dizer, que muitos desses médicos são Espíritos corretos, que vieram da Terra na condição de analfabetos das realidades espirituais, à vista do materialismo em que se incrustaram. 31 Esse nosso trabalho, unido ao Grupo Espírita Regeneração e outros setores, possue pequenas legiões de colaboradores, que se dedicam aos serviços considerados mais pesados do ponto de vista espiritual.

32 Acreditem que estou feliz por abrir, um tanto, a cortina que vela os nossos trabalhos e desejaria exprimir-lhes o amor com que lhes trago os presentes assuntos.

33 Pensando que já terei explicado o mecanismo das nossas tarefas, que se processam no “Regeneração” (…).

(30-11-1989)


14 — INTUIÇÃO

Mãezinha, muito obrigado pelos esforços que vem fazendo no sentido de centralizar nossas lembranças no serviço a fazer, com o que nos achamos mais integrados um com o outro. Muitas vezes, em seus diálogos com os colegas e autoridades do curso, sou eu mesmo quem, ao ouvir os desafios fraternais que nos são desfechados, lhe busco a palavra sincera e correta a fim de solucionarmos certos problemas pendentes na classe. E depois desse ou daquele entendimento afetuoso, rejubila-me saber que o seu coração se toca das verdades da Vida Maior.

(28-10-1982)


15 — IRMÃOS INSATISFEITOS

Papai, agradeço-lhe os cuidados para não entrar em qualquer grupo de irmãos insatisfeitos que estimariam possuir-lhe a adesão e a presença. Para reclamar o nosso Divino Mestre dispõe de muitas legiões de amigos difíceis, mas, para servir com Ele e sob a luz de Suas bênçãos, temos muito poucos. Quanto pudermos busquemos cooperar com Ele em favor de nossos irmãos, mormente de nossos irmãos infelizes.

(22-6-1089)


16 — MEDICINA (FUTURO DA)

Cada caso de provação é diferente pelas causas que lhe traçam a origem, e creio que a Medicina tomará outros rumos quando puder prestar auxílio ao contexto corpo-alma, iniciando o serviço de amor ao próximo através do coração ou do sentimento, para cuja formação e aprimoramento tenho encontrado muitas melhoras e muitas vantagens na avó sensível e afetuosa, que se faz instrumento do amparo aos nossos irmãos.

(28-10-1982)


17 — PREMONIÇÃO

1 Minhas recordações estão seguras. Adormeci, depois das preces habituais, com a intuição de que algo extraordinário estava para acontecer. Antes, havia falado aos pais queridos de minha fase de desligamento natural de todas as questões que me pudessem prender à existência física. Aquilo não era uma fantasia de menino religioso. Lá dentro — dentro de meu íntimo — chegara a certeza de que o meu tempo na estância terrestre estava a escoar-se. O coração me contava toda a ocorrência próxima e não me enganei.

2 Dormi, como de hábito, e me senti num sonho de alta beleza. Sentia-me leve, respirando certo ar puro a que não me achava habituado no cotidiano. Muitos amigos me assistiam, ou, qual refletia naquela hora, devia eu estar assistindo a muitos amigos. Conheci, para logo, o nosso querido amigo Dr. Bezerra e procurava adivinhar os nomes de outros amigos e benfeitores presentes, junto de mim. (…) 3 Estava consciente e alegre. Entre as paredes de meu quarto havia uma festa de luz para a qual não me preparara. Ansioso, embora tranquilo, se pudermos dizer que a paz coexiste com a inquietação, notei que uma senhora de semblante calmo e doce veio abraçar-me e disse com voz clara: — “Querido Carlos, você será bem-vindo ao Lar dos Lauff.”

4 Estranhei o que ouvia, quando, perplexo, vi meu corpo repousando, à maneira de uma escultura de células que estivesse me esperando. Recordei o regaço de mamãe Edda e o colo da Vovó Júlia, quando criança, e enlacei-me com a senhora cujo olhar me cativara com a ternura irradiante em que se expandia. E fiz isso porque ninguém, naquela festa improvisada, necessitaria explicar-me o acontecido. Minha ligação com a vida física terminara. Não me situava num sonho. Identificava-me por dentro de uma realidade a que não me competia resistir.

(22-10-1981)


18 — REENCARNAÇÃO

1 Querido papai Aurílio e querida mãezinha Edda, estou certo de que as minhas notícias aqui são claramente desnecessárias, pois estamos, graças a Deus, em permanente união. Nosso intercâmbio se fez lógico e habitual, de vez que não encontraríamos outra forma de viver, já que a nossa ligação é anterior ao convívio doméstico. No entanto, dou asas ao meu pensamento filial a fim de agradecer-lhe quanto recebo de casa em amor, paz e vida, benefícios que me encorajam na marcha para a frente.

(07-11-1986)


2 De nossa Scheilla, de nossa Liliane e de nossa Lívia me recordo sempre e faço por auxiliá-las em tudo que se me faz possível. Cada irmã está mentalmente no mundo que lhe é próprio e aqui tenho aprendido que todos nós, individualmente, trazemos a soma do que fomos e fizemos nos tempos que se foram.

(22-6-1989)


3 Chego a pensar que quando a Bondade de Deus me determine a volta para nova existência na Terra, terei nos valores homeopáticos excelentes escoras para firmar-me no corpo, que desejamos seja mais forte do que o instrumento de que dispus nas tarefas últimas que pude aprender no mundo físico.

(15-9-1989)


19 — REGRAS SOCIAIS

Mãezinha Edda e papai Aurílio, às vezes pensava, quando aí, de que modo conseguiria satisfaze-los porque, evidentemente, não me harmonizava com as regras sociais vigentes. Em muitas ocasiões receei tornar-me diferente e subversivo, verificando o sofrimento alheio sem os meios de lhes atenuar o rigor. Por isso agradeço as preces que me doaram com tanta grandeza de alma, na data de 18 de setembro, com o que consegui revisar os meus próprios caminhos.

(28-10-1982)


20 — RESIDÊNCIA NO ALÉM

Aproximando-nos de um decênio para marcar a minha ausência compulsória, quero dizer-lhes que me sinto mais adaptado à Vida Espiritual e mais integrado no trabalho, e tenho por sede o “Lar dos Lauff” segundo a designação de nossa admirável avó Maria. Por enquanto não tenho atividades no Plano Superior, nem se justificaria uma posição dessa. Em compensação tenho muitos afazeres no campo físico, onde acompanho especialmente a mãezinha Edda nos seus encargos médicos.

(24-3-1988)


21 — TAREFAS DIÁRIAS

1 Coopero nas tarefas do nosso “Regeneração”, apoio a mãezinha Edda na sua reformulação de conhecimentos mais amplos para a assimilação da homeopatia, procuro colaborar com as irmãzinhas nos estudos em desenvolvimento e desempenho, tanto quanto possível, as pequenas tarefas de assistência indicadas pelo nosso próprio Grupo de Oração e Trabalho.

(28-10-1982)


2 Estou com o meu horário pleno de trabalho. Saio do querido Lar dos Lauff muito cedo e vou cooperar com a Mamãe em benefício dos doentes, e procuro fazer quanto possível para ir sempre ver a nossa Liliane e analisar os méritos da fonoaudiologia. Em seguida, na parte da tarde, com o vovô João e o Dr. Napoleão n estudamos nossas tarefas, geralmente com as fichas dos enfermos ao nosso lado, devidamente copiadas, a fim de anotarmos com pormenores os medicamentos e a evolução dos doentes. Isso tem sido uma boa prática.

(13-4-1989)


22 — TRABALHO SOCORRISTA

1 Hoje, posso com mais segurança auscultar a vida mental dos nossos jovens amigos, interferindo em favor deles, principalmente no sentido de libertá-los das influências tendentes a induzi-los às paixões e ao suicídio, que se lhes fariam fatais por muito tempo, nas consequências que os seguiriam de perto, onde estivessem e como estivessem. 2 Graças a Jesus, a desencarnação não me interrompeu os estudos, nem me retirou a possibilidade de prosseguir aprendendo assistência — assistência que vem a ser o coração de Jesus pulsando no trabalho do homem em favor do próprio homem. Com vovó Maria Lauff n venho adquirindo semelhante matéria que, a rigor, não pode ser ministrada teoricamente por professores.

(28-10-1982)


3 A vida em uma encarnação ou em uma existência não termina com a Certidão de Óbito, porquanto prosseguimos junto aos nossos entes queridos com o dever de auxiliá-los e defendê-los.

(07-11-1986)


23 — TRISTEZAS

Procuremos transformar as nossas tristezas em esperanças para os outros e, em breve, seremos um grupo invulnerável ao assédio das paixões humanas, para sermos parte da família do Cristo n que nos abençoa as esperanças.

(24-3-1988)


24 — VIDA SIMPLES

Creio que a vida quanto mais simples, maiores os recursos de resistência e conservação, tranquilidade e bênçãos que receberá daqueles que nos traçam os caminhos em nome de Deus.

(15-9-1989)


Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça



[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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