1 Senhor!
Sabemos nós que nos disseste:
“Amai-vos uns aos outros,
Tal qual eu vos amei.” ( † )
Todos estamos certos quanto à lei.
Que em ti refulge sob a luz celeste,
— A luz do Eterno Amor!
2 Entretanto, Senhor,
Os nossos raciocínios
De fé e aceitação
Sempre desaparecem no barulho
Da vaidade e do orgulho
Em que nos mergulhamos com frequência,
Ensombrando a existência
Ao recusar-te o coração.
3 É por isto, Jesus,
Que te rogamos luz
Para rever-te a vida e escutar-te os chamados
Nos companheiros desesperançados,
Nos últimos das filas
Das multidões cansadas e intranquilas
De que passamos ao redor,
Das quais nos chamas à cooperação
Por um mundo melhor.
4 Sabemos que nos falas
Através das crianças desnutridas,
Das mães que lutam por alimentá-las.
Dos enfermos que esperam
A vaga do hospital,
Dos irmãos outros de outros sanatórios,
Daqueles nosocômios diferentes,
Onde a justiça guarda os corações doentes
Que pulsaram no bem, vezes e vezes.
E atiraram-se ao mal…
5 Temos nós a certeza
De que nos buscas, dia a dia,
Nos que esmorecem de tristeza,
Dos que se vão na estrada escura e fria
Da deserção que os desconforta,
Naqueles cujo peito
Inda nutre a esperança quase morta,
De pés sangrando no caminho
Das grandes provações…
6 Conhecemos a luta em que te pões.
Pedindo-nos concurso e entendimento,
A fim de atenuar o sofrimento
De tantos corações
Atolados na sombra em velhos climas
De rebeldia, angústia e indiferença,
Companheiros dos quais nos aproximas
Agora e em toda parte.
A fim de interpretar-te
A divina presença.
É por isto, Senhor, que te imploramos:
Faze-nos olvidar as bagatelas
Entre as quais nos perdemos…
Arreda-nos do passo todas elas
De modo que possamos entender
O serviço contigo por dever.
7 Ajuda-nos. Senhor,
A lembrar-te e a esquecer
Tudo quanto se ligue a pensamento vão,
Para que o nosso amor jamais se torça,
Porque somente em ti, Jesus, existe a força
Que nos leva a entregar-te o coração. |