O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Esperança e alegria — Familiares diversos


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André Luiz Cassaño Mousinho

11 de Novembro de 1971, Rio de Janeiro, Rio — 08 de Março de 1985, Ilha do Governador, Rio

André Luiz morava na Ilha do Governador, no Rio, com seus pais e irmãs. Lá estudava no Colégio Passaredo e tinha muitos amigos, referindo-se a alguns deles na mensagem.

André é uma pessoa cuja existência produz muitos frutos: quando encarnado no Plano terrestre, trazia muitas alegrias à família e amigos e agora, por sua ausência entre nós, propiciou o início de uma maior aproximação entre todos que se envolveram no trágico acidente. Trinta dias após sua morte física, realizou-se em casa dele mesmo, o primeiro culto de orações organizado por sua avó paterna, Dona Suzana Maia Mousinho. Esta reunião já contava com muitas pessoas: todos os amigos que prestaram auxílio e até mesmo médicos do Hospital da Aeronáutica da Ilha, que deram assistência a toda a família após o acidente. O culto é sempre no dia 8, qualquer que seja o dia da semana — das 18 às 19 horas — sempre lotado de amigos, inclusive Dino Boy.

Detalhes esclarecedores sobre os fatos que ocorreram naquele dia são contados por ele mesmo em sua primeira mensagem, a qual é rica em informações sobre a maneira como sua vida se desenvolve após a morte.


DEPOIMENTO


A querida Dona Suzana é uma das mais nobres colaboradoras do Espiritismo cristão que há anos presta esforços sem fim ao amparo dos menos favorecidos em seus trabalhos no Lar Espírita André Luiz, Rua Cacilda Becker n.º 15, Bairro Independência, Petrópolis, e com suas belas palavras propaga o Evangelho em nosso país.

Ela testemunha:

“É quase impossível dizer tudo o que sentimos com a leitura e a impressão altamente consoladora que nos causaram as notícias do neto amado, André Luiz, tão cedo e de forma tão penosa transferido para o nosso verdadeiro mundo, a Pátria Espiritual.

Tudo o que nos falou nas suas cartas do coração, retrata-nos a verdade insofismável, e sem qualquer interferência do médium.

Observando a mensagem do neto, verão os amigos que muitas vezes em suas visitas ele nos surpreende revelando pelo lápis mediúnico coisas que só nós conhecemos…

E tudo isso, meus amigos, só foi possível através da vida abnegada de um anjo bom, que nesta reencarnação recebeu o nome de Francisco Cândido Xavier.”


Suzana Maia Mousinho


ESCLARECIMENTOS


Alguns esclarecimentos sobre o texto psicografado:

Pais: Gláucio Mousinho de Albuquerque, tenente-coronel do Exército Brasileiro e Maria Idê Cassano Mousinho.

Irmãs: Gláucia, então com 15 anos e Flávia, 10 anos.

Avó materna: Suzana Maia Mousinho.

Vovó Thereza Mousinho de Oliveira é a avó materna de seu pai, desencarnada em 26 de maio de 1981 no Rio.

Tia Rita é irmã de vovó Thereza, desencarnada no Rio Grande do Norte há 10 anos atrás.

Doutor Lisáneas Marcelino da Silva, médico psiquiatra de renome no Rio de Janeiro, desencarnado em 15 de fevereiro de 1968.

Tio André Luiz é o amado e conhecido mentor espiritual (Autor de Nosso Lar).

Carlos Augusto — importante magistrado, foi padrinho do pai de André, no tempo em que era Juiz de Direito em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte.

Os amigos são Carlos Roberto Aguiar Comstedt, 14 anos, o Cabeça de Bilha; Mário Souza de Carvalho, 13 anos, é o Banana; todos residentes à Ilha do Governador, Rio.


MENSAGEM


1 Querida mamãe Idê, querido papai Gláucio, minha sempre lembrada vovó Suzana e querida Gláucia.

2 Estou escrevendo com o auxílio da vovó Thereza que me trouxe até aqui para que eu possa sentir a felicidade de vê-los e abraçá-los. 3 Pai, faz oito meses, bem me lembro. Naquela noite a luz estava repentinamente apagada na Ilha e enquanto voltávamos para casa, chamei o Dino Boy para seguirmos à frente. Havia inventado um brinquedo de assalto que víramos na televisão e já havia brincado com o Banana, com quem fazíamos ginástica. Começava a brincadeira e depois de tudo se fazia exercícios de força e resistência. Penso que mamãe e papai se lembram de tudo, porque vinham conversando ao lado de Gláucia e Flávia.

4 O Juninho, que era o nosso Dino Boy, se interessou e fomos para dentro de casa. Convidei-o a desempenhar o papel de assaltante e eu seria o assaltado aproveitando a noite escura. Juninho me disse que nada possuía nas mãos que significasse uma arma e então lembrei do revólver experimental que estávamos fazendo aos poucos. Fui à nossa oficina e recordei que, um dia, falei ao papai que o furo de frente era muito pequenino, ao que o pai sorriu e me disse — “pois se o revólver funcionar vai sair um balaço”.

5 Passei a arma ao Dino Boy e fiz de conta que me escondia a fim de aparecer para que ele me atirasse. E assim foi. Uma vela estava acesa e o Juninho puxou o gatilho e nada senti pela frente mas nas costas ouvi um barulho muito grande, caindo em seguida.

6 Estive parado por minutos e escutei as vozes que se faziam ouvir, mas sentia-me estonteado, sem direção, assim que me levantei. 7 Eu não sabia que já me achava fora do corpo, expulso pela força do projétil e não pude evitar o choro que se apossou de mim. 8 Nesse instante, como se tudo fosse natural, vi a vovó Thereza a me estender os braços. Corri para ela, escondendo o rosto em seu vestido, enquanto, com muito carinho, ela me falava de repouso e retirada.

9 Não estava em posição de saber o que eu queria e a vovó Thereza me carregou nos braços e me conduziu, não sei de que modo, para uma casa longe, na qual ela me fez tamponagens para me aliviar as costas que doíam bastante. 10 Supondo que voltaria para a nossa casa no dia seguinte, dormi tranquilamente.

11 Estava sossegado, sempre com o desejo de voltar para a casa, quando entraram no quarto em que me achava dois médicos, que vovó Thereza recebeu com respeitosa atenção, dizendo-me num intervalo da conversação deles, que eram médicos que me vinham examinar a pedido de vovó Suzana, de nome Doutor Lisâneas e de tio André Luiz.

12 Observaram a ferida que me ficara da brincadeira e solicitaram de vovó Thereza me garantisse o repouso por mais alguns dias.

13 Penso que foram duas semanas que se passaram, quando a vovó Thereza me levou à nossa casa e encontrei meu pai chorando ao lado de minhas ferramentas. 14 Aí vovó me contou o que se passara e fiquei muito triste por haver dado causa a tantas contrariedades. 15 Mas, minha avó Thereza avançou nas explicações e fiquei sabendo que estava num corpo diferente, o meu corpo verdadeiro que sustentava o outro que eu havia perdido e finalizava os seus comentários tranquilizando-me ao dizer que o papai Gláucio e mãezinha Idê nada tinham contra o Juninho e que a vovó Suzana estava começando a fazer um Culto de Orações em nossa casa. 16 E depois eu percebi que desse culto nós poderíamos sair, a vovó Thereza e eu, para auxiliar outras crianças e confortar os doentes. 17 Compreendi que eu havia saído de casa para que Jesus chegasse, porque ainda não havia escutado tantas histórias lindas sobre Jesus e que a própria mãezinha Idê já sabia orientar as reuniões.

18 Acompanhei vovó Thereza a Petrópolis, onde a vovó Suzana tem serviços de socorro para crianças e para as pessoas necessitadas.

19 Esqueci tudo o que me acontecera e pedi ao papai Gláucio que não chorasse mais porque eu estava feliz. Pedi o mesmo à mãezinha Idê e procurei falar, embora não sendo ouvido, ao Juninho, ao Carlos e a outros amigos para que fossem à nossa casa e vissem as transformações tão lindas que eu estava encontrando.

20 Pai, muito obrigado por seu carinho para com o meu amigo Dino Boy. Ele não teve culpa alguma e merece a sua bondade. 21 Mãezinha Idê, estou muito contente ao saber que o seu coração de mãe acolhe meus amigos como se fosse eu mesmo. Tenho sentido muita saudade de todos, mas é uma saudade repleta de alegria, porque não estou longe de casa e a nossa casa mais iluminada pela fé em Deus não está longe de mim.

22 Vovó Suzana, estou muito reconfortado com os serviços que o seu carinho patrocinou para nós. Peço ao meu pai guardar as minhas ferramentas porque quando eu puder, vou continuar a trabalhar com ele em nossa oficina. 23 Vovó Thereza está comigo colocando a mão sobre a minha mão e enviamos muitos beijos para Gláucia e Flávia, com lembranças aos nossos amigos. Vovó Suzana, mais uma vez obrigado. 24 Aqui tenho recebido a companhia de um amigo de nome Carlos Augusto e que me diz ser filho de Dona Nair, de Natal, que é sua amiga também. Vovó Thereza já me permitiu conduzi-los aos nossos cultos de oração e de trabalho na assistência.

25 Pai, aqui termino. Mãezinha Idê, peço a Jesus a sua felicidade, vó Suzana, Jesus abençoe os seus passos e Gláucia receba com a nossa Flávia o meu abraço.

26 Muito carinho e muitas saudades do seu filho que não se afastou e pertence aos meus queridos pais para sempre.


André Luiz Cassaño Mousinho


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