O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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Culto doméstico do Evangelho

01/06/1949


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, conferindo-lhes muita paz e alegria aos corações.

2 Falam vocês com referência ao culto doméstico do Evangelho e o assunto é realmente dos mais importantes. O lar onde a Boa Nova do Cristo persiste por lâmpada acesa no convívio habitual é uma estação emissora de raios vitalizantes e renovadores, em todas as direções. Natural que os primeiros beneficiários desse tesouro sejam os componentes do grupo familiar.

3 Quem derrama perfume em derredor de si próprio é quem mais recebe a onda balsamisante que lhe diga respeito. Assim também os pensamentos do bem com Jesus. Depois de operarem a concretização de bênçãos inúmeras, em torno daqueles que a veiculam, prossegue, caminho afora, espalhando a sementeira de infinito e de eternidade.

4 Quando um santuário doméstico se consagra a esse ministério de elevação, ganha a Esfera superior uma nova sede de serviço na crosta da Terra. Enquanto a criatura se envolve nos indumentos de carne é difícil reconhecer o valor de semelhante tarefa. Entretanto, há quem acompanhe dos Círculos mais altos o progresso santificante desses núcleos de paz e de amor. Mas, segundo a mensagem que vocês registram, é muito difícil a integração de duas almas no divino serviço.

5 Há inúmeros casamentos de expiação, muitos de provas, outros tantos de corrigenda, muitos de fraternidade ou socorro mútuo, alguns de simpatia para tarefas em comum, e raríssimos de verdadeiro amor, onde a reciprocidade e a sintonia perfeita sejam os característicos fundamentais da ligação.

6 A crosta da Terra é simplesmente um departamento da vida na Terra. E nesse instituto em que nos encontramos, guardadas, embora, as leves diferenças que nos marcam a roupagem, a reencarnação funciona em matéria de casamento por elemento de associação das almas e o transe da morte física opera por recurso de desassociação. Mais de noventa e cinco por cento dos casais se encontram sob esse imperativo. 7 Quase sempre antes da morte já se encontram os cônjuges profundamente separados espiritualmente entre si, embora sustentem por dever as obrigações aparentes que a ordem social lhes impõe. 8 E quando não há nos lares, nas duas vigas mestras do altar sublime que são esposo e esposa, pelo menos a fraternidade que ajuda e a simpatia que tolera, é quase impraticável o estabelecimento da “igreja em casa”. Onde a expiação escurece, onde a prova tortura, onde a corrigenda fere, não é fácil a formação do “núcleo luminoso” senão em Espíritos isolados uns aos outros. 9 Assim me reporto ao assunto para sentirmos, no reconhecimento que nos possui, o júbilo de partilhar do pão espiritual. É raro ver uma assembleia tão grande na reunião em Cristo como a que se vê em nosso lar, não obstante o número não chegar a seis pessoas. 10 Por essa afirmativa, podem calcular quão intenso é o esforço do Plano superior para lidar com a massa. Congregam-se cem criaturas em nome do Senhor, contudo, o programa não passa da rotulagem, porque, no fundo, os companheiros permanecem reunidos em nome de seus interesses, necessidades, caprichos, aspirações e divagações, sem uma centralização pessoal nos objetivos divinos. 11 Em razão disso, a emissora do Evangelho no lar, operando no silêncio e na perseverança, se reveste de sublime valor. Cria a vida e sustenta-a. Consola e esclarece, fortifica e ilumina.

12 Assertivas existem de nossa parte que não podem encontrar, de pronto, no Plano de vocês, uma verificação imediata. Vive o homem encarnado em dois lados da vida, mas retém no corpo de carne a visão e o entendimento acerca de “um só”.

13 As equações matemáticas estarão reservadas para o futuro, entretanto, podemos sentir, graças a Deus, muito de perto, em nossos corações, que abençoados anos de paz e trabalho, de alegria sã e de elevação espiritual temos recebido ao influxo de nossas preces e estudos, esperanças e reflexões em Jesus, quando, ao nosso lado, no campo em que marchamos e detendo, talvez, ferramentas materiais mais valiosas, admiráveis amigos de nossa estrada deslizam em precipícios de aflição e perturbação de sombra, e incerteza sem limites. Agradeçamos ao Senhor as oportunidades e continuemos trabalhando. 14 O minuto é uma joia. A hora é uma fortuna. O dia é um tesouro. Aproveitá-los é subir para a gloriosa destinação que o eterno Pai nos reserva.

15 Estamos seguindo os problemas de saúde atenciosamente. Wanda, felizmente, vai melhor e creio que os dias próximos, em que mudará de ares, lhe farão grande bem à convalescença da gripe. Estaremos a postos no serviço de passes e rogamos a Jesus, o nosso divino Médico, pela saúde e fortalecimento de todos.

16 Peço ao Rômulo não se esquecer de conduzir os remédios em viagem. A jornada da Terra é assim mesmo. A medicação boa é aquela que ajuda e previne. E precisamos sempre do pão que alimente e do remédio que melhore e cure, enquanto não nos encaminharmos totalmente no rio do equilíbrio perfeito. Este tem seu percurso em zona bem mais elevada que a nossa e cabe-nos marchar para os cimos.

Muita paz e felicidade a todos. E com um abraço de coração, sou o papai muito amigo de sempre,


A. Joviano


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