O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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Um pai e um avô quando falam

09/02/1949


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita saúde e paz ao lado de nossos queridos amigos.

2 Venho assinalar por minha vez as visitas ao nosso prezado General Aurélio, a quem tenho tido satisfação de acompanhar mais ou menos de perto, desde a segunda quinzena de setembro último. Para nós todos constitui razão de muita alegria a sua vinda a Minas, onde tem afeições tão carinhosas e dedicadas no coração dos filhos e dos netos, que muito carinho lhe consagram, como é natural, e em registrando o nosso prazer queremos felicitá-lo pela galharda maneira de reagir nos trabalhos do momento que passa.

3 A perturbação orgânica só é enfermidade para aqueles que se sentem doentes no espírito. Para os trabalhadores da linha elevada do nosso amigo, o acidente físico é um trabalho como qualquer outro que a Providência Divina nos recomenda fazer. Felizmente, soube sobrepor-se a todas as circunstâncias e a sua vontade bem orientada vai reconquistando, pouco a pouco, o domínio de todas as zonas interessadas pelo acidente circulatório. O Dr. Ismael, aqui presente, pede para que o nosso amigo continue atento às recomendações de quarta-feira passada, quando lhe deixou alguns pareceres de médico e de amigo. Com calma superior, o seu problema da fala vai sendo brilhantemente resolvido e esperamos que a visão melhore dentro de pouco tempo, autorizando-lhe a retomar a confiança nos óculos. Esperemos um pouco mais. Os serviços dessa natureza chegam, por vezes, repentinos, mas são atendidos com tempo, serenidade e paciência.

4 Os companheiros que o auxiliam são numerosos e comove-nos a dedicação merecida e justa de que é objeto. A permanência aqui lhe trouxe grande bem ao estado geral e confiamos em que esse proveito seja acentuado cada vez mais.

5 Agradeço à irmã Júlia, muito sensibilizado, a atenção que vem dedicando, como sempre, às minhas páginas despretensiosas. n Seu carinho na conservação dessas cartas paternas é algo de muito grande para a humildade do serviço. Um pai e um avô quando falam, porém, na maioria das vezes, recebem o estímulo de outros corações que palpitam nas ondas mais luminosas de “Cima” e, por isso, em muitas ocasiões, transmitem lembretes de amor que se iluminam da influenciação de ordem superior a que me refiro. Desse modo, creia a nossa devotada amiga que a parte mais elevada dessas mensagens do coração reflete a bondade de outros companheiros nossos, mais sábios e mais amorosos que eu mesmo. 6 De qualquer maneira, quanto me é possível, verto o coração no papel, na ânsia de significar aos nossos filhos e netos quanto lhes devo em ternura e em dedicação e, por isso, agradeço a generosidade com que minhas palavras singelas são copiadas e arquivadas. 7 O tempo, em verdade, consome as flores em sua organização material, mas o perfume é eterno. Os únicos recursos aproveitáveis nessas cartas são os do amor e da fé viva, aroma da confiança Naquele que nos prometeu auxílio e assistência até o fim dos séculos. Quanto ao mais, o tempo passará célere e um dia espero nos reencontremos todos no “Grande Lar”, sem necessidade de recurso ao lápis e papel humanos, por meio de expressão do afeto que nos liga uns aos outros.

8 Meu caro Rômulo, vamos seguindo a sua saúde atenciosamente. O receitista é de opinião que você use por 10 dias, pela manhã, antes do café, um cálice de água pura com 4 a 5 gotas do Cannabis Sat. Precisamos dessa providência em favor de suas necessidades de saúde. Felizmente, pelo serviço magnético, você tem recebido muito mais do que possa calcular. As suas melhoras, graças a Jesus, são enormes! Posso dizer delas com o conhecimento de que somente a minha atual condição deixaria perceber. Por outro lado, a sua tarefa junto dos necessitados e sofredores prossegue vitoriosa com o auxílio divino. 9 Grande é a minha satisfação identificando-lhe o esforço e a boa vontade. Mais tarde, verá você que estamos em começo. Não podemos calcular, em conjunto, agora, a extensão do campo que nos compete “amanhar”. Quando surpreendemos os imperativos de trabalho que nos prendem à grande família humana, nossa vida mental se modifica nos fundamentos. Somos devedores de todos. Um círculo imenso se alarga em derredor de nossas mãos e de nossos pés, e não obstante a complexidade e amplitude grandiosa da obra que desafia o ânimo, a paciência e o tempo não temos o direito de desanimar.

10 Ainda que possamos apenas dar um passo cada dia, pelas circunstâncias constrangedoras desse ou daquele ângulo do ministério cristão no bem, não devemos deixá-lo para o dia seguinte. A ordem do Alto é de seguirmos adiante no caminho traçado dentro de nós mesmos, melhorando, purificando, retificando, engrandecendo, sublimando e produzindo para o bem.

11 Felizes de vocês que se subtraem às sugestões de parada. Parada é desembarque em “algum lugar” e quando não vem por determinação do Plano superior é sempre inoportuna e perigosa, porque, enquanto no corpo, não temos uma visão suficientemente segura das estações a que somos conduzidos nos intervalos da marcha.

12 Deus o conserve de ânimo firme para o serviço que nos foi confiado, hoje e sempre. Realização para o bem é a exigência do esforço administrativo “de Cima”. Edifiquemos, dessa maneira, onde estivermos, nas linhas materiais e espirituais sob a inspiração de Jesus para que o nosso esforço ativo fale em silêncio por nós mesmos em qualquer eventualidade do caminho.

13 Registro aqui, com sincera satisfação, a visita dos vários amigos do General que se acham presentes e reitero meus agradecimentos à irmã Júlia. E reunindo-os num grande abraço de gratidão e de amor sou o papai muito amigo que não os esquece,


A. Joviano



[1] Nota da organizadora: todos os anos, vovô Aurélio e vovó Júlia, residentes na capital do Rio de Janeiro, passavam as férias conosco, na Fazenda, cabendo a ela, nesses períodos, a datilografia das mensagens psicografadas por Chico Xavier durante o culto no lar.


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