O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor e saudade — Familiares diversos


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Cláudia Pinheiro Galasse

NASC.: 25.07.1964 — DESENC.: 09.09.1982

Antônio Pinheiro Galasse e Dorothy Galasse, pessoas gentis, amoráveis, não imaginavam que o roteiro de suas vidas estaria alterado circunstancialmente.

Cláudia Pinheiro Galasse, meiga, sensível, amiga, ligada profundamente pelos laços do amor aos pais, inesperadamente se consome num ato triste, incompreensível ao sentido humano familiar.

Jovem que se fez bem amada pelos dotes naturais de gentileza e atenção, onde a alegria era uma constante em sua alma. Esboço de belo sorriso, mostrava em seu rosto de moça sadia, a simpatia peculiar.

Terminara seu curso de 1.º Grau no Colégio Nossa Senhora do Rosário, gozava de grande prestígio por seu interesse e participação na preparação de aulas de catecismo, encontro de jovens, com muito amor realizava na demonstração do espírito de solidariedade, sempre presente aos amiguinhos que mais necessitavam do diálogo confortador.

As Irmãs de Caridade do Colégio a estimavam profundamente, solícita era a qualquer chamado. O 2.º Grau de sua vida estudantil, fazia-o no Colégio Galileo Galilei. Nessa casa escolar, sua sensibilidade a colocou em seus estudos como defensora ecológica por amor à natureza. Com esse amor viajou ao Pantanal para aprimorar seus conhecimentos ecológicos. Regressou entusiasmada, decorou uma das salas de aula do Colégio com posters, folhetos, fotos e textos, transferindo aos colegas a experiência adquirida. Promoveu pedágios para conseguir fundos em campanhas filantrópicas. Ativa, Cláudia angariou na dedicação, a simpatia de todo o grupo colegial, provada com a presença em peso de alunos e professores e o fechamento do Colégio, quando do seu velório. Foi lido texto especial no minuto de silêncio para essa “Criança adulta”, que soube desfrutar e aplicar os bons momentos que Deus dá na sequência de nossas vidas. Filha querida, desenvolvida nos sentimentos de compreensão, carinhosamente convivia com a família em plena harmonia, escudava os irmãos que tanto amava, reverenciava os anseios dos pais com respeito e dignidade, não poderia dispor de sua vida sem explicação plausível, no apertar de um gatilho que ocasionara sua passagem para a espiritualidade.

Os pais, ao se perguntarem onde o erro, a falha que pudessem ter cometido com sua filha, não encontravam resposta.

Perceptível está, mais uma etapa de vida que a dor venceu. Vitória com o sabor das lágrimas da saudade, encontra na resposta que Claudia traz em sua mensagem esclarecedora, a paz para os pais consolando-os e facilitando à luz do esclarecimento o seu momento de aflição.

Dedicados seareiros, Antoninho e Dora, carinhosamente conhecidos no rol de suas amizades, devotam seus momentos de saudades em auxílio aos carentes da fraternidade humana.

Demonstram que a saudade estará sempre presente marcando no compasso do tempo, o ato de ternura que representam os pais e filhos na trilha sonora do amor, em evolução para Deus.

A dor que os sentidos humanos têm como amargura, possa ser entendida na amplitude espiritual como lenitivo que depura o espírito para a Eternidade Divina.


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM


Pais: Antônio Pinheiro Galasse e Dorothy Campagna Galasse.

Irmãos: Mônica Pinheiro Galasse e Antônio Pinheiro Galasse Júnior.

Avós: Gorizia Campagna (Gu), materna.

  Américo Campagna (Amé), materno.

  Rosa Bruno, bisavó materna desencarnada em 1974.

Amiga: Viviane Dobner Shiunbata (Vivi).


NOTA: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação por ocasião da leitura da mensagem do Espírito.


MENSAGEM


1 Querida mãezinha Dorothy e querido papai Toninho, abençoem-me.

2 Estou melhor e mais calma, conquanto ainda seja portadora de algumas das consequências tristes de meu gesto. Sei que hoje passaram o dia revivendo o episódio que tanto estimaríamos ser apenas um sonho.

3 Também eu com a Vovó Rosa, atravessei as horas deste nove de setembro que já está passando a recordar o desalento que me tomou de assalto. 4 Tudo se me refez na memória. Um telefonema que me deixou indisposta e a ideia que eu nunca deveria ter alimentado chegando, aos poucos, a me repletar o cérebro de resoluções lamentáveis.

5 Dez minutos para as três horas da tarde, procurei certificar-me de que poderia agir sem a presença de quem quer que fosse e, como que amedrontada, diante de mim mesma, consegui a chave que me daria acesso à arma com a qual me anulei no quarto.

6 Não sei até hoje que forças desumanas teriam posseado o meu ser…

7 Recordo-me que chegava a sentir pesada mão sobre a minha para que o gatilho não falhasse. 8 Caí, descontrolada, mas ainda escutava os rumores de casa, quando ouvi as vozes da Mônica…

9 Compreendo que a nossa dor ficou sendo realmente nossa, porque o meu gesto passou a ferir os pais queridos e a todos os nossos.

10 É preciso que lhes diga que, embora me sentisse envolvida por forças que me perturbavam a alma, grande foi o meu sofrimento, mas as preces da mãezinha Dorothy e do papai Toninho, as orações da vovó Gu e do avô Amé, com as petições de socorro que foram enviadas por meus afetos do mundo físico e da vida espiritual, me enlaçavam à maneira de bálsamos sobre a minha cabeça e depois de muito esforço da vovó Rosa consegui o sono que parecia me recusar…

11 Desde então, venho melhorando, depois de imensa dor que eu mesma desencadeei sobre mim.

12 Queridos pais, agora preciso tanto da paz de todos. A paz que me faça forte, a paz que devo levantar de novo sobre o meu coração.

13 Peço perdão a todos, novamente, e que esta rogativa me traduza a sede de serenidade para que me sinta renovada perante Deus e perante a vida. 14 Quero paz em todos, conquanto houvesse destruído essa harmonia por dentro de nosso lar.

15 Quero paz em favor de meus amigos e de minhas amigas. E se a estimada irmã Vivi aparecer em nossa casa, rogo para que ela também nos receba as vibrações de carinho e de paz.

16 Querida mamãe Dorothy, ninguém me fez mal. Acontece que uma sombra me tomou os pensamentos e aquilo tomou a forma de uma nuvem que eu não sabia se eu era a nuvem ou se a nuvem era uma parte de mim mesma a requisitar moradia em meu coração doente sem razão.

17 Perdoem-me se foi assim. Não tive forças.

18 Apareceu-me um estranho desinteresse por mim própria e fiz o que não deveria fazer.

19 Um ano passou… Parece-me um século. Os que choram, suportam mais peso na carga das horas.

20 Apesar de tudo, continuo melhorando e peço-lhes não se aflijam se acaso estiver dizendo de minha parte, alguma palavra ou lembrança inconveniente.

21 Muitas saudades com agradecimentos aos meus irmãos e aos avós queridos. Sabendo que ambos me perdoam e me retomam na posição de uma criança ferida que se deixou perturbar por momentos, criando-lhes tanta dor, peço para que recebam muitos beijos orvalhados de lágrimas e iluminados de esperança da filha que deseja tanto ter sido melhor e que, um dia, se fará melhor para merecer o carinho de que sempre me enriqueceram as horas.

22 Sempre a filha que lhes pertence com todo o coração.


Cláudia


DEPOIMENTO


Agradecemos a Deus e a você Chico Xavier, por nos ter dado através das obras e mensagens psicografadas a paz em lugar dos comodismo, a fé através da esperança e fidelidade, e, nos ter ensinado com o seu exemplo como manejar a única arma que vence a tudo: o Amor ao próximo.


Família Galasse


Rubens S. Germinhasi


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