O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano XII — Junho de 1869.

(Idioma francês)

POESIAS ESPÍRITAS.


A nova era.

(Paris,  †  16 de abril de 1869. – Médium: Sr. X.)

Eu vos falo esta noite em versos, e a linguagem

Provavelmente vai vos espantar, senhores;

Linguagem da era antiga e dos deuses mensagem,

E os versos são talvez pouco merecedores.


Mas um dia virá da Musa entristecida

Que, em luz, os corações em breve aplaudirão

Acentos fraternais de uma lira sentida,

Dos dedos a vibrar de jovem alma então.


Tão logo se ouvirá a elevar-se da Terra

Num misterioso brado, um hino colossal

Cobrindo, com seu eco, um ribombar que encerra

Explosão de canhões a serviço do mal.


Esse brado há de ser: progresso, luz, amor!

Todos os homens, pois, enfim, se dando as mãos,

Sob a santa bandeira estarão; e em fervor,

Da liberdade a senda acharão como irmãos.


Graças, Deus! Liberdade! a um pai, a outra filha,

Porém ambos mortais; vos haveis libertado

Pobre família, então, do mal que a dor a encilha,

À Humanidade em pranto, ao coração magoado.


Esperança mostrais, enfim, ao proletário,

Porém lhe defendendo ante a revolução.

Vós fazeis triunfar o dogma igualitário

Pela bondade, o amor e pela abnegação.


Um só é o estandarte, e santa é-lhe a divisa.

Liberdade com amor, ação, fraternidade!

Que esses termos leais vibrem a fé precisa

Tocando o coração de toda a Humanidade!


Eis o ensino que agora eu vos posso ofertar

Por meu médium querido, ao dirigir-lhe a mão.

Se em versos eu lhe falo, ele me vá perdoar!

Contra ninguém versejo, é um versejar de irmão.


A. de Musset. n



[1] [v. Alfred de Musset.]


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