O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano VII — Agosto de 1864.

(Idioma francês)

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS.


Cartas sobre o Espiritismo.

Escritas aos eclesiásticos pela Sra. J. B., com esta epígrafe de circunstância, que é um sinal característico de nossa época.

Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não o podeis suportar. Quando, porém, vier o Espírito de Verdade, ele vos ensinará toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. (São João, 16:12, 13 e 8.)


As reflexões que fizemos acima, a propósito do Avenir, não se aplicam apenas às folhas periódicas, mas às publicações de qualquer outra natureza, volumes ou brochuras, cujo número se multiplica incessantemente, e cujos autores são igualmente campeões que participam da luta e trazem a sua pedra ao edifício. Saudação fraterna de boas-vindas a todos esses defensores, homens e mulheres que, sacudindo o jugo dos velhos preconceitos, içam a bandeira sem segunda intenção pessoal, sem outro interesse que o do bem geral e fazem retinir o grito libertador e emancipador da Humanidade: Fora da caridade não há salvação! Apenas pronunciado esse grito pela primeira vez e cada um compreendeu que encerrava toda uma revolução moral, desde há muito tempo pressentida e desejada, e que encontrou ecos simpáticos nas cinco partes do mundo. Foi saudado como a aurora de um futuro venturoso e, em poucos meses, tornou-se a contrasenha de todos os espíritas sinceros. É que, após uma luta tão grande e tão cruel contra o egoísmo, enfim deixava entrever o reino da fraternidade.

A brochura que aqui anunciamos é devida a uma senhora, membro da Sociedade Espírita de Paris, excelente médium, chefe de um grupo particular admiravelmente dirigido e a quem não se poderia censurar senão um excesso de modéstia, se excesso pudesse haver no bem. Se só assinou seu escrito por iniciais, por certo pensou que um nome desconhecido não é uma recomendação; além do mais, não tem a menor intenção de se apresentar como escritora. Mas nem por isso deixa de ter a coragem da opinião, que não é mistério para ninguém.

A Sra. J. B. é sinceramente católica, mas católica muito esclarecida, o que diz tudo. Sua brochura é escrita desse ponto de vista e, por isto mesmo, dirige-se principalmente aos membros do clero. É impossível refutar com mais talento, elegância na forma, moderação e lógica, os argumentos que uma fé exclusiva e cega contrapõe às ideias novas. Recomendamos esse interessante trabalho aos nossos leitores. Eles podem, sem receio, propagá-lo entre as pessoas que desconfiam da ortodoxia, e o dar em resposta aos ataques dirigidos contra o Espiritismo, do ponto de vista religioso.


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