O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano IV — Fevereiro de 1861.

(Idioma francês)

Boletim.

DA SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS.
(Resumo das Atas.)
(Sumário)

Sexta-feira, 21 de dezembro de 1860. (Sessão particular.)


Admissão de dois novos membros.


Relatórios diversos: 1º Leitura de várias comunicações obtidas fora das sessões.

2º O Sr. Allan Kardec lê uma carta de Bordeaux,  †  na qual é proposta a evocação da Srta. M. H…, recentemente falecida. Consultada sobre o assunto, a Sociedade julga por bem não se ocupar dessa evocação.


Trabalhos da sessão: 1º Ditado espontâneo assinado por Lázaro, recebido pela Sra. Costel. – Outro assinado por Gérard de Nerval, obtido pelo Sr. A. Didier. O Espírito desenvolve a tese cujas bases apresentara na comunicação Os Três Tipos: Hamlet, Don Juan e Tartufe, em 14 de dezembro. Desenvolve o tipo de Hamlet. Solicitado, dá a sua opinião sobre La Fontaine. – Outro assinado por Torquato Tasso, recebido pela Srta. H… O Espírito faz igualmente uma apreciação sobre La Fontaine.

2º Evocação de Lady Esther Stanhope,  †  que passou a maior parte de sua vida nos altiplanos do Líbano, no meio das populações árabes que lhe haviam dado o título de Rainha de Palmira.


SEXTA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 1860.
(Sessão Geral.)

Relatórios diversos: 1º Leitura de várias comunicações recebidas fora das sessões, entre outras um conto fantástico assinado por Hoffmann, obtido pela Sra. Costel, e a evocação de um negro, feita em Nova Orleans,  †  pela Sra. B… A comunicação é notável pela ingenuidade das ideias e pela reprodução da linguagem usada entre os negros.

2º Carta da Sra. T. D…, da Cracóvia,  †  constatando os progressos do Espiritismo na Polônia,  †  na Podólia  †  e na Ucrânia.  †  Essa senhora é médium há sete anos. Junta à sua carta quatro comunicações que atestam a bondade e a superioridade do Espírito que as ditou, além de pedir para fazer parte da Sociedade.

3º O Sr. Allan Kardec dirige aos Espíritos a alocução seguinte, para lhes agradecer o seu concurso durante o ano que ora se finda:

“Não queremos terminar o ano sem dirigir os nossos agradecimentos aos bons Espíritos, que tiveram a bondade de nos instruir. Agradecemos principalmente a São Luís, nosso presidente espiritual, cuja proteção tem sido de tal modo evidente para a Sociedade que esta o tomou sob seu patrocínio. Assim, esperamos continuar merecendo a sua proteção, rogando-lhe que nos inspire sentimentos que nos possam tornar sempre dignos dela. Agradecemos, igualmente, a todos os que espontaneamente vieram dar-nos os seus conselhos e as suas instruções, quer nas nossas sessões, quer nas comunicações dadas em particular aos nossos médiuns, e que nos foram transmitidas. Neste número não poderíamos esquecer Lamennais, que ditou ao Sr. Didier páginas de tão grande eloquência; Channing; Georges, cujas belas comunicações têm sido admiradas por todos os leitores da Revista; Sra. Delphine de Girardin, Charles Nodier, Gérard de Nerval, Lázaro, Tasso, Alfred de Musset, Rousseau e outros. O ano de 1860 foi eminentemente próspero para as ideias espíritas. Esperamos que com o concurso dos bons Espíritos o ano que vai começar não seja menos favorável. Quanto aos Espíritos sofredores que compareceram, seja espontaneamente, seja ao nosso chamado, continuaremos, por nossas preces, a implorar para eles a misericórdia de Deus, rogando-lhe amparar os que se acham no caminho do arrependimento e esclarecer os que ainda se encontram na via tenebrosa do mal.”


Trabalhos da sessão: 1º Ditado espontâneo sobre o ano de 1860, assinado por J. J. Rousseau, recebido pela Sra. Costel. – Outro assinado por Necker, obtido pela Srta. H… – Outro, sobre o ano de 1861, assinado por São Luís.

2º Evocação de Lady Stanhope,  †  de Hoffmann, e do negro de Nova Orléans.

3º Questões diversas: Sobre a lembrança de existências anteriores em Júpiter; – Sobre as diversas aparições de que foi alvo a sogra do Sr. Pr…, presente à sessão.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 1861.
(Sessão Particular.)

Admissão do Sr. W…, pintor.


Relatórios diversos: 1º Carta do Sr. Kond…, Médico de Vaucluse,  †  lamentando que tudo quanto se menciona nas atas da Sociedade não seja publicado integralmente na Revista. Diz ele que “Os partidários do Espiritismo, que não podem assistir às sessões, sentem-se estranhos às questões que são estudadas e resolvidas nessa assembleia científica. Todos os meses, aguardamos com febril impaciência a chegada da Revista. Quando a recebemos, não perdemos um minuto para a ler: lemos e relemos, pois aprendemos uma porção de problemas, dos quais jamais teríamos a solução.” Pergunta se não haveria um meio de remediar esse inconveniente.

A Sra. Costel diz ter recebido cartas no mesmo sentido.

Isto prova uma coisa, diz o Sr. Allan Kardec, e que nos deve dar grande satisfação: é o valor que se atribui aos trabalhos da Sociedade e o crédito que ela desfruta entre os verdadeiros espíritas. A publicação do resumo das atas mostra aos estrangeiros que ela só se ocupa de coisas graves e de estudos sérios; a consideração que conquistou no exterior se deve à sua moderação e à sua marcha prudente por um terreno novo, à ordem e à gravidade que presidem às suas reuniões, assim como ao caráter essencialmente moral e científico de seus trabalhos. É, pois, para ela um encorajamento para não se afastar de um caminho que lhe traz estima, já que do estrangeiro, até da Polônia, escrevem pedindo para dela participarem.

À reclamação especial e muito lisonjeira para nós, feita pelo Dr. K…, responderei, a princípio, que a publicação integral de tudo quanto se faz e se discute na Sociedade demandaria volumes e mais volumes. Entre as evocações que são feitas muitas há que não correspondem à expectativa ou não oferecem interesse bastante geral para serem publicadas. São conservadas nos arquivos a fim de que se possa consultá-las em caso de necessidade, limitando-se o boletim em mencioná-las. O mesmo se dá com as comunicações espontâneas: só publicamos as mais instrutivas. Quanto às questões diversas e problemas morais, que muitas vezes apresentam grande interesse, o Dr. K… está equivocado se pensa que os espíritas de fora estarão privados delas. O que o leva a pensar dessa maneira é o fato de a abundância das matérias e a necessidade de as coordenar muito raramente permitem a publicação de todas as questões no fascículo da Revista em que são mencionadas no boletim; mais cedo ou mais tarde, porém, elas terão o seu lugar. Aliás, constituem um dos elementos essenciais das obras sobre o Espiritismo; foram aproveitadas em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns, nos quais se acham classificadas conforme o assunto, não tendo sido omitida nenhuma das essenciais. Portanto, que o Sr. K… e outros espíritas se tranquilizem; se não podem, pela leitura da Revista, assistir de longe às sessões da Sociedade, nem perder uma única palavra, tudo quanto nela se obtém de importante jamais é posto sob o alqueire. Contudo, a Revista se esforçará por responder, na medida do possível, ao desejo expresso pelo honrado correspondente.

2º Assinala o Sr. Allan Kardec, conforme o relato de um negociante de Nova York,  †  presente à sessão, o progresso feito nos Estados Unidos do Norte pelos princípios formulados em O Livro dos Espíritos. Trechos desse livro foram traduzidos em inglês, contando ali a doutrina da reencarnação com numerosos partidários.

3º Leitura de uma graciosa e encantadora comunicação no velho estilo da Idade Média, recebida pela Srta. S… – Outra, sobre a imaterialidade dos Espíritos, obtida pela Sra. Costel.


Trabalhos da sessão: 1º Observações críticas sobre o ditado feito na última sessão pelo Espírito Necker. O Espírito Madame de Staël manifesta-se espontaneamente e justifica as palavras de seu pai, após lhes haver explicado o sentido.

2º Evocação de Leão X, que se havia manifestado espontaneamente na sessão de 14 de dezembro. Ao responder às diversas perguntas que lhe foram feitas, explica e desenvolve suas ideias sobre o caráter comparado dos americanos, dos franceses e dos ingleses; sobre a maneira de ver desses povos com relação ao Espiritismo; sobre os inevitáveis progressos dessa doutrina, etc.

3º Diálogo espontâneo entre Monsenhor Sibour e o seu assassino [Jean-Louis Verger].

4º Perguntas dirigidas a São Luís acerca do negro evocado na sessão de 28 de dezembro, sobre o seu caráter e a sua origem.

Evocação da Srta. J. B., feita por sua mãe, presente à sessão. De interesse absolutamente particular, essa comunicação oferece um quadro comovedor da afeição que certos Espíritos conservam por aqueles que amaram na Terra.


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