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O Evangelho segundo S. Marcos

(Vulgata Clementina)

CAPÍTULO 4

(Versículos e sumário)

Parábolas do Reino. Parábola do semeador  † 

Mt = Lc

4 De novo se pôs a ensinar junto ao mar; e se aglomerou em torno dele tanta gente que, entrando numa barca à borda do mar se assentou, e todo povo permaneceu em terra na margem.

2 Ensinava-lhes muitas coisas por parábolas, e lhes dizia segundo o seu modo de pregar;

3 Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear.

4 Semeando, uma parte das sementes caiu ao longo do caminho, vieram as aves do céu e a comeram.

5 E outra caiu sobre pedregulho, onde não tinha muita terra; logo nasceu, porque não havia profundidade de terra;

6 Mas logo que saiu o sol, queimou; e como não tinha raiz, secou;

7 E outra caiu entre espinhos; cresceram os espinhos e a afogaram, e não deu fruto.

8 Outra parte caiu em terra boa; e deu fruto, que vingou e cresceu, e um grão deu trinta, outro sessenta e outro cem por um.

9 E dizia: Quem tem ouvidos de ouvir, ouça.


Explicação da parábola do semeador  † 

Mt = Lc

10 Quando se acharam a sós, os doze que estavam com ele lhe perguntaram qual era o sentido da parábola.

11 Ele lhes disse: A vós outros é concedido saber o mistério do Reino de Deus; mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.

12 Para que vendo, enxerguem e não vejam; e ouvindo, ouçam e não entendam; para que não suceda que alguma vez se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados( † ) ( † )

13 E lhes disse: Não entendeis esta parábola? Pois como entendereis todas as parábolas?

14 O que semeia, semeia a palavra.

15 Os que receberam a palavra que foi semeada ao longo do caminho são os que a têm ouvido, mas vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada nos seus corações.

16 E assim também são aqueles que recebem a semente em pedregulho; os quais, quando têm ouvido a palavra, logo a recebem com gosto,

17 Mas não produzem raízes senão temporárias; depois, em sobrevindo a tribulação e a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.

18 E os outros são os que recebem a semente entre espinhos; estes são os que ouvem a palavra.

19 Mas as fadigas do século, a ilusão das riquezas e as outras paixões a que dão entrada, afogam a palavra e assim fica infrutuosa.

20 E os que recebem a semente em terra boa são os que ouvindo a palavra acolhem-na, e dá fruto: um a trinta por grão, outro a sessenta e outro a cem.


Parábola da candeia  † 

MtLc

21 Dizia-lhes mais: Porventura a candeia é trazida para a colocarem debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não é assim que a trazem para a porem sobre o candeeiro?

22 Porque não há coisa alguma escondida, que não venha a ser manifesta; nem coisa alguma feita em oculto, que não venha a ser pública.

23 Se alguém tem ouvidos de ouvir, ouça.

24 Também lhes dizia: Atendei ao que ides agora ouvir. Com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.

25 Porque ao que já tem, dar-se-lhe-á; e ao que não tem, ainda o que tem se lhe tirará.


Parábola da semente  † 


26 Dizia também: Tal é o Reino de Deus, como um homem que lançasse a semente sobre a terra.

27 E dia a dia dormisse e se levantasse, e sem ele saber como, a semente brota e cresce.

28 Porque a terra produz por si mesma, primeiramente a erva, depois a espiga, e por último o grão grado na espiga.

29 E quando produzir frutos, usa logo a foice, porque está chegado o tempo da ceifa.


Parábola do grão de mostarda  † 

Mt = Lc

30 Ainda dizia: A que assemelharemos o Reino de Deus? Ou, com que parábola o compararemos?

31 É como um grão de mostarda,  †  que quando se semeia, é a menor de todas as sementes que há na terra;

32 Mas depois de semeado, cresce, e faz-se mais alta que todas as hortaliças, e cria grandes ramos; de modo que as aves do céu podem vir pousar debaixo da sua sombra.


Por que Jesus falou por parábolas  † 

Mt

33 Com tais parábolas lhes dirigia a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes.

34 E não lhes falava sem usar de parábolas; mas tudo explicava depois em particular a seus discípulos.


Tempestade amainada  † 

Mt = Lc

35 Naquele dia, sendo já tarde, lhes disse: Passemos para o outro lado.

36 Despedindo o povo, levaram-no consigo na barca; e outras embarcações que com ele estavam o seguiram.

37 Então se levantou uma grande tormenta de vento que arremessavam as ondas na barca de tal maneira que ela se encheu d’água.

38 Entretanto Jesus estava dormindo na popa sobre um travesseiro; então eles o acordam, e lhe dizem: Mestre, não te importa que pereçamos?

39 E levantando-se ameaçou o vento, e disse para o mar: Cala-te, emudece! E cessou o vento( † ) e seguiu-se uma grande bonança.

40 Então lhes disse Jesus: Por que sois assim tão tímidos? Ainda não tendes fé?

41 Eles ficaram sobremodo temorosos, e diziam uns pros outros: Quem julgas que é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?



Nota: Nos originais do Padre Figueiredo, tanto em latim como em português, os últimos dois versículos formam um só e o capítulo termina no v. 40, seccionamo-lo para que houvesse correspondência com as outras versões da Bíblia.


Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: A versão Corrigida e revisada, fiel de Almeida; Novum Testamentum Graece (NA28 - Nestle/Aland, 28th revised edition, edited by Barbara Aland and others) Parallel Greek New Testament by John Hurt.


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